Passadiços do Mondego são “importante âncora” para a serra da Estrela

Os passadiços começam junto à barragem do Caldeirão, estendendo-se depois pelo vale do Mondego.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, considerou ontem que os Passadiços do Mondego, inaugurados pela ministra da Coesão Territorial, são uma “importante âncora” para a serra da Estrela.

“Os Passadiços do Mondego não serão só da Guarda, todos os concelhos ao seu redor, todas as Comunidades Intermunicipais da região Centro, todas as nossas empresas irão ter o devido retorno desta nova e importante âncora da Serra da Estrela. Esta Serra da Estrela que tem agora mais uma razão para ser novamente visitada”, afirmou o autarca na cerimónia de inauguração dos passadiços, realizada junto da barragem do Caldeirão.

Para Sérgio Costa (Movimento Independente Pela Guarda), “houve um antes e haverá um depois dos Passadiços do Mondego” que considera “os mais bonitos do país”.

“Os Passadiços do Mondego são um dos expoentes máximos da riqueza natural e paisagística do país. A Guarda será, finalmente, a nova porta de entrada para a serra da Estrela e para o seu Parque Natural. O vale do Mondego e a nossa serra da Estrela estão a ser finalmente valorizados”, acrescentou.

Segundo o autarca, com a inauguração, a Guarda vai dar a conhecer a Serra da Estrela como os visitantes “nunca a viram”.

“Este é um investimento fundamental para o turismo da Guarda e para toda a região. Esta obra será a grande âncora regional para o turismo e para o lazer no nosso concelho e de todo o nosso território”, disse.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, referiu no seu discurso que o investimento foi apoiado por fundos europeus e o projeto é “um exemplo de coesão”.

Na sua opinião, os Passadiços do Mondego “são da Guarda, são da região, são do país, mas são do mundo e vêm valorizar ainda mais” o “riquíssimo património da humanidade” que abrangem.

Os Passadiços do Mondego estão integrados no Parque Natural da Serra da Estrela e no Estrela Geopark Mundial da UNESCO.

“Estamos perante um projeto de interesse turístico internacional. O interior de Portugal é um tesouro de paisagens a descobrir e a redescobrir por nós, portugueses, até porque, muitas vezes, os estrangeiros descobrem o nosso interior mais depressa e valorizam-no de outra forma, que nós não fazemos. Nós temos partes do nosso território que têm sido reconhecidas por esse mundo fora como excecionais”, admitiu.

Com um percurso pelas margens do rio Mondego e os seus afluentes de cerca 12 quilómetros, os passadiços começam junto à barragem do Caldeirão, estendendo-se depois pelo vale do Mondego, nos territórios das localidades de Trinta, Vila Soeiro e terminando já na montanha, em Videmonte.

“O percurso aproveita cinco quilómetros de caminhos já existentes e integra uma zona de sete quilómetros de travessias, passadiços e três pontes suspensas com paisagens de cortar a respiração e onde abundam as veredas, açudes, cascatas, levadas e moinhos”, segundo o município da Guarda.

O seu itinerário compreende geossítios como o Miradouro do Mocho Real, escombreiras e cascalheiras do Alto Mondego e ainda os vestígios de património industrial de antigas fábricas e engenhos de lanifícios ou de produção de eletricidade (na aldeia de Trinta), “testemunhos de um passado ligado à indústria têxtil deste território, onde teve origem o afamado cobertor de papa”.

Os Passadiços do Mondego representam um investimento na ordem dos quatro milhões de euros, em parte cofinanciados a 85% por fundos europeus, no âmbito do Centro 2020, FEDER.


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