Município da Guarda planeia centro de interpretação dedicado ao ciclo da água em Vale de Estrela

O futuro centro de interpretação do ciclo da água terá “uma dimensão de educação para o ambiente” e de destaque da importância da água.

O município da Guarda pretende criar um centro de interpretação do ciclo da água na freguesia de Vale de Estrela, junto do rio Noéme, foi anunciado no passado dia 1 de outubro, por ocasião das comemorações do Dia Nacional da Água.

A intenção da autarquia foi manifestada aos jornalistas pelo presidente da autarquia, Carlos Chaves Monteiro, durante as comemorações do Dia Nacional da Água, que foram presididas pela secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa.

As comemorações incluíram uma visita ao Miradouro Hidrográfico das Três Bacias dos rios Douro, Tejo e Mondego (situado a 1.014 metros de altitude) e à intervenção de requalificação do rio Noéme, junto da captação da Montanheira, na área da Freguesia de Vale de Estrela.

Segundo o autarca, o futuro centro de interpretação do ciclo da água terá “uma dimensão de educação para o ambiente” e de destaque da importância da água.

Nós [município], a partir deste espaço geográfico onde temos características únicas de ambiente, de paisagem natural, que é preciso preservar, temos também de dar esse sinal claro de que estamos dispostos a aprofundar esse desenvolvimento através da defesa do ambiente e, aqui, a proteção desse recurso escasso como é a água”, justificou.

Carlos Chaves Monteiro explicou que a intenção da autarquia é abranger no projeto o edifício da central da Montanheira, erigida em 1940, que durante muitos anos “alimentou” a cidade da Guarda com água e que ainda se mantém em funcionamento para abastecimento da Freguesia de Vale de Estrela.

“É um local histórico, identitário, de referência para a nossa comunidade”, apontou.

O projeto do centro de interpretação do ciclo da água será realizado após o investimento de 1,2 milhões de euros já aplicados na limpeza do leito e das margens do rio Noéme, onde foram adaptadas técnicas de engenharia ambiental, no âmbito do plano de intervenções urgentes nas áreas afetadas pelos incêndios florestais ocorridos em 2017, com o apoio do Fundo Ambiental.

Questionado sobre a despoluição do rio Noéme, o autarca da Guarda deu conta do trabalho já realizado e admitiu que num “curto espaço de tempo” poderão ser encontradas soluções para resolver o problema “que tem décadas de existência”. A secretária de Estado do Ambiente referiu que o Dia Nacional da Água, além da reflexão sobre os investimentos realizados no ciclo urbano da água e na rede hidrográfica, deve também servir “para pensar o que será o futuro”.

Inês dos Santos Costa valorizou o projeto ambiental realizado na região da Guarda, apoiado pelo Fundo Ambiental, que beneficiou 16 municípios e 70 quilómetros de área, e que faz parte de um projeto maior de recuperação da rede hidrográfica a nível nacional.

“É apenas um passo de vários passos que temos que dar, transversalmente, não só o Ministério do Ambiente, mas muitas outras tutelas, para pensar de maneira mais integrada este recurso, que é um recurso que está sob forte pressão, não só devido às alterações climáticas, mas também muitas das vezes devido à atividade económica e humana”, afirmou.


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