Mau tempo causou “muitos prejuízos” em vinhas da Beira Interior

Devido ao mau tempo, o presidente da CVRBI admite que alguns produtores possam ter “prejuízos avultados”.

A Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI) disse ontem que o mau tempo do fim de semana causou “muitos prejuízos” em vinhas da região, mas sublinhou que “ainda é cedo” para avaliar as consequências para a produção.

O presidente da CVRBI, Rodolfo Queirós, disse à agência Lusa que “os principais focos de preocupação” estão no Fundão, junto à Serra da Gardunha, onde houve “muitos prejuízos” causados pelo granizo, e também na zona da Covilhã.

No concelho de Belmonte, segundo o responsável, “ventos muito fortes” causaram também “muitos prejuízos” em algumas produções de vinha.

Na zona mais a norte da área da CVRBI, no distrito da Guarda, nomeadamente em Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Franca das Naves (Trancoso), há alguns estragos de granizo, mas “mais localizados”, disse.

Rodolfo Queirós adiantou que existem também alguns relatos que dão conta de danos, por granizo, em zonas próximas da vila de Almeida e em áreas situadas entre Vila Franca das Naves e Mêda.

Devido ao mau tempo, o responsável admite que alguns produtores possam ter “prejuízos avultados”.

As previsões da CVRBI para este ano apontavam para uma produção “mais ou menos semelhante à do ano anterior, ou seja, um ano absolutamente normal”, mas, devido à intempérie, vaticina que alguns produtores das zonas de Belmonte, Fundão e Covilhã possam “ter comprometido alguma parte da sua produção” de vinho.

Rodolfo Queirós adverte, no entanto, que “ainda é cedo” para conclusões: “Os técnicos ainda andam no terreno, são áreas ainda grandes para se conseguirem avaliar os prejuízos e não sabemos até que ponto isso possa afetar o ano vitivinícola nessas zonas”.

O responsável lembrou ainda que “grande parte” dos associados da Adega Cooperativa do Fundão têm seguros de colheitas que poderão cobrir alguns prejuízos e outros produtores particulares “também têm seguros de colheita associados que poderão minimizar os prejuízos em termos de produção”.

“Naturalmente que, quando ocorre um sinistro destes, este tipo de seguro é importante, porque ajuda a minimizar os estragos mas, em algumas circunstâncias compromete o ano presente e até um bocadinho do próximo ano”, alertou.

Os associados das áreas mais afetadas pelo mau tempo estão preocupados com a situação e estarão a “tentar pedir algum tipo de apoio que possa minimizar esses estragos”, referiu.

A CVRBI, que tem sede na cidade da Guarda, abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, onde possui mais de 60 associados, sendo quatro adegas cooperativas.

Na área abrangida pela CVRBI existem cerca de 16 mil hectares de vinhas e uma grande variedade de castas, destacando-se as brancas Síria, Arinto e Fonte Cal e as tintas Tinta Roriz, Rufete, Touriga Nacional, Trincadeira e Jaen.


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