Homem perde vida ao comer cogumelos

Joaquim Costa era considerado “perito” em distinguir cogumelos bons dos venenosos.

Joaquim Costa, 71 anos, considerado um dos maiores conhecedores de cogumelos comestíveis na aldeia de Mizarela, na Guarda, morreu anteontem, dois dias depois de ter comido uma espécie venenosa com arroz de entrecosto.

A vítima foi transportada domingo para os Hospitais da Universidade de Coimbra, na esperança de conseguir um transplante de fígado, mas com a avançada falência dos órgãos vitais, os médicos já nada puderam fazer.

“Com a experiência e a vida de campo que tinha não compreendo este descuido”, diz em lágrimas Henrique Costa, um dos quatro filhos da vítima. Recorda que o pai “tinha o hábito de chamar a família e preparar o petisco”.

A morte por ingestão de cogumelos venenosos deixou a aldeia assustada. “Agora nem os posso ver. Na minha casa, nunca mais”, garante o amigo Jorge Almeida.

A seguir às primeiras chuvas do outono, é habitual ver residentes à procura de cogumelos para comer, guisados ou na brasa, temperados com sal. Armindo Fernandes, presidente da junta, recorda Joaquim Costa como “um dos homens mais experientes a colher e preparar cogumelos. Os vizinhos até lhe pediam conselhos”, lembra, emocionado. O autarca acredita que, “enquanto se lembrarem desta tragédia, as pessoas não voltam à floresta para os colher”.


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