A Aliança Democrática (AD) obteve a maior percentagem de votos do distrito da Guarda nas legislativas deste domingo, mas elegeu um deputado, o mesmo número de mandatos alcançados pelo PS e pelo Chega.
Esta é a primeira vez que o Chega elege um deputado neste círculo que desde 2019 é representado na Assembleia da República por três eleitos. Nas eleições de 2019 e de 2022, o PS elegeu dois deputados e o PSD um.
Após o apuramento das 242 freguesias do distrito, a AD (coligação que junta PSD/CDS/PPM) conquistou 34,12% dos votos, o PS obteve 31,86% e o Chega consolidou-se como a terceira força política com 18,6%.
Com estes resultados, o círculo da Guarda ficará representado no Parlamento por Dulcineia Catarina Moura (economista) da AD; Ana Mendes Godinho (atual ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social) do PS e Nuno Simões de Melo (oficial do Exército na reserva) do Chega.
A AD ganhou em nove concelhos (Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Meda, Pinhel, Sabugal e Trancoso) e o PS em cinco (Fornos de Algodres, Gouveia, Manteigas, Seia e Vila Nova de Foz Côa).
O Bloco de Esquerda (BE) foi a quarta força política mais votada no distrito com 2,70%, seguindo-se o Alternativa Democrática Nacional (ADN) com 2,56%, a Iniciativa Liberal (IL) com 2,25%, a CDU com 1,56% e o Livre (L) com 1,35%.
Em 2022, de acordo com os dados finais publicados em Diário da República, o PS conseguiu 46,16 % dos votos, o PSD obteve 34,27 % e o CDS, que agora integra a AD, teve 2,27%. Nesse ano, o Chega foi também a terceira força política mais votada com 8,12% dos votos.
O distrito ficou representado no Parlamento pelos deputados do PS António Monteirinho e Cristina Sousa, depois de Ana Mendes Godinho ter ido para o governo e por Gustavo Duarte do PSD que viria a ser substituído, por renúncia de mandato, por João Prata.
De acordo com os dados da Secretaria – Geral do Ministério de Administração Interna, nas eleições deste domingo, a que concorreram neste círculo 14 listas, estavam inscritos 141.431 eleitores e votaram 85.103, sendo a abstenção de 39,83 %.
O círculo eleitoral da Guarda continua a debater-se com a perda de população. Os cadernos eleitorais contabilizavam nestas eleições menos 4 610 inscritos do que em janeiro de 2022, quando foram realizadas as últimas legislativas, conforme dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Segundo os resultados dos Censos de 2021 o distrito, com 14 municípios, contabilizava 142.998 residentes, quando em 2011 registava 160.939, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Dados da CNE indicam que em 1975 (Constituinte) a Guarda elegia seis representantes para a Assembleia da República, tendo passado para cinco em 1979 (eleição intercalar), para quatro em 1991 e para três em 2019.