Governo: União das IPSS da Guarda preocupada com fim da Secretaria de Estado da Ação Social

O presidente da UDIPSS da Guarda, Rui Reis, considerou “preocupante” o fim da Secretaria de Estado da Ação Social e a sua saída da cidade mais alta do país, alegando que o ato “não foi nada benéfico” para a Guarda.

O presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) da Guarda considerou hoje que o fim da Secretaria de Estado da Ação Social, que funcionou naquela cidade, é “preocupante” para o setor.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da UDIPSS da Guarda, Rui Reis, considerou “preocupante” o fim da Secretaria de Estado da Ação Social e a sua saída da cidade mais alta do país, alegando que o ato “não foi nada benéfico” para a Guarda, porque o território tinha sido “dotado de uma Secretaria de Estado” e “com tudo aquilo que foi criado”.

“Depois, acaba por perder o interior, porque a Secretaria de Estado da Ação Social, apesar da sua invulgar apetência para poder fazer um trabalho descentralizado e estar no país todo, indubitavelmente, os distritos do interior, como sejam Bragança, Guarda, Castelo Branco e Portalegre, acabam por perder o valor intrínseco que foi atribuído pela tutela e pelo anterior Governo ao interior e aos territórios de baixa densidade”, acrescentou.

A Secretaria de Estado da Ação Social, criada pelo anterior Governo, esteve instalada na Guarda e tinha Rita Cunha Mendes, licenciada em Direito e ex-vice-presidente da Câmara Municipal de Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, como secretária de Estado.

De acordo com a página do Governo que tomou posse na quarta-feira, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social passou a ter três Secretarias de Estado: do Trabalho, da Segurança Social e da Inclusão.

Fonte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse hoje à Lusa que a Ação Social é assumida pelo gabinete da ministra Ana Mendes Godinho.

O presidente da UDIPSS da Guarda considerou que com a decisão tomada, no âmbito do novo Governo de António Costa, o setor social acaba “por perder um relacionamento direto e de grande proximidade” que foi criado “nos últimos três anos, em particular ao longo da pandemia”, com “uma secretária de Estado que tudo fez para procurar que as dificuldades fossem diminuídas e para que no terreno fossem colmatadas algumas necessidades e algumas falhas”.

Em outubro de 2019, Rui Reis reconheceu que a instalação da Secretaria de Estado da Ação Social na Guarda era “muito importante para o distrito e para as instituições”, mas, com a decisão agora tomada, não pode agora assinalar a mesma como sendo “algo positivo” para as instituições sociais da região e do país.

A medida “foi uma perda assinalável” também por “todo o desempenho” que a ex-secretária de Estado Rita da Cunha Mendes “teve para com as instituições da Guarda e para com a globalidade das instituições do país”.

Por outro lado, sublinhou que sendo a área da ação social concentrada em Lisboa, uma vez que é no interior “que existem mais dificuldades”, todos perdem, incluindo os “milhares de instituições” existentes a nível nacional.

“A medida que o Governo tomou há cerca de três anos foi uma medida de dar voz a quem está no terreno e, neste momento, com a saída da Dr.ª Rita e da Secretaria de Estado [da Ação Social] da Guarda, perdemos essa voz”, justificou.

O presidente da UDIPSS da Guarda também enfatizou o papel desempenhado por Rita Cunha Mendes no cargo de secretária de Estado da Ação Social, como sendo “uma pessoa de intervenção”, de presença no terreno e de “muita sensibilidade” para as questões da área social.


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