Estradas de Portugal diz que acesso a Serra da Estrela não é possível com neve

O presidente da empresa Estradas de Portugal (EP), António Ramalho, garantiu que nem com mais meios seria possível permitir o acesso ao topo da Serra da Estrela nos dias em que aquela estrada está encerrada.

“Não é por fazermos uma fila de limpa-neves que conseguimos abrir a estrada para a torre”, afirmou António Ramalho durante uma visita que realizou ao Centro de Limpeza de Neve (CLN), localizado nos Piornos.

A gestão daquela estrutura, que é gerida pela EP, foi recentemente alvo de críticas por parte dos autarcas da Covilhã e Seia, afirmações que António Ramalho classificou como “excessivas” e as quais atribuiu a um eventual desconhecimento do trabalho realizado.

Relativamente ao encerramento das estradas, designadamente do acesso ao maciço central, que é a questão que mais críticas tem suscitado, António Ramalho reiterou que a decisão cabe às forças de segurança, mas sublinhou que o parecer de encerramento do CLN tem sempre como base “a segurança das pessoas e bens”.

Este responsável lembrou que a Serra da Estrela tem características próprias que aumentam as condições de risco, designadamente o facto de estar a menos de 100 quilómetros da costa atlântica (que contribui para que a neve se transforme rapidamente em gelo) ou de ser uma das poucas montanhas que tem uma estrada mesmo até ao cimo.

“São fatores que têm de ser equacionados e que ao analisarem-se as questões da segurança da via e da segurança das pessoas nos obrigam a ser particularmente cautelosos”, reiterou, lembrando que 60% do tempo em que as estradas estão encerradas é de noite.

O presidente da EP também deu conhecimento de todo o protocolo e forma de funcionamento do CLN – de acordo com as prioridades estabelecidas nas diferentes cotas de altitude – e detalhou todos os meios técnicos e humanos ali existentes.

“Temos 17 colaboradores, com uma média de 14 anos de experiência, que estão distribuídos em duas equipas e que asseguram o trabalho 24 horas por dia, sete dias por semana”, sublinhou.

Sem responder diretamente às afirmações dos autarcas, que entretanto já foram recebidos na EP, António Ramalho reiterou a “inteira disponibilidade” para colaborar e analisar todas as questões.

O presidente da empresa lembrou, todavia, que o CLN se rege pelo princípio de “aceitar sempre sugestões de quem já fez melhor e não sugestões de quem saiba mais”.

Sobre a eventual transferência de gestão a alçada municipal, que chegou a ser assumida como uma possibilidade pelos autarcas, António Ramalho repetiu a ideia de que EP está “aberta a todas as soluções”, mas considerou que “o assunto não está sobre a mesa”.

“O que nós recebemos [por parte dos autarcas] foi sobretudo muitas intenções de parceria, de envolvimento connosco e de tentativa de colaborar na melhoria continua que reconhecidamente é um serviço positivo”, fundamentou.

Uma colaboração para a qual até já existe nova reunião marcada, a realizar até final do mês, segundo informou.


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