A caminhada “Não às Minas, Sim à Vida” é organizada pelo Movimento Contra Mineração Beira Serra, pela Greve Climática Estudantil da Guarda e pela Associação Guardiões da Serra da Estrela.
A iniciativa, marcada para sábado, para a área da mina de Gonçalo, terá início pelas 09h30, junto da escola daquela vila do concelho da Guarda.
“Esta caminhada inscreve-se no protesto contra o Plano de Fomento Mineiro que colocou 4.788 km2 da região Beira Serra sob pedidos privados de prospeção e pesquisa, que abrangem um total de 15 zonas de 34 concelhos, bem como três zonas (Guarda – Mangualde, Argemela e Massueime) com uma área de 1.536 km2 destinadas a concurso público internacional promovido pelo Governo português, e ainda uma zona já em vias de exploração a céu aberto, também na Argemela, com 403,71 hectares”, referem os promotores em comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo a nota, o plano, que abrange outras áreas rurais do interior do país, “é um atentado aos direitos fundamentais plasmados na Constituição da República Portuguesa, nomeadamente à liberdade, qualidade de vida, saúde das populações e ao Ambiente, e compromete severamente o percurso de desenvolvimento sustentável destas regiões desenvolvido nas últimas décadas, alicerçado na qualidade de vida, do ambiente e dos produtos endógenos, na agricultura e no turismo”.
Acrescentam que “qualquer método de mineração implica consumos elevadíssimos de água, insustentáveis numa região sistematicamente em seca severa ou extrema”.
“Concomitantemente, e face à diversidade de recursos minerais que se pretendem extrair, a água utilizada torna-se um efluente contaminado por metais pesados e ácido, cujo tratamento origina lamas tóxicas que deixam impactes negativos permanentes”, alertam.
De acordo com o comunicado, “a mineração origina, ainda, poeiras que se depositam nas áreas envolventes, causando problemas respiratórios nas populações e animais e perturbando o crescimento vegetal o que, em zonas uraníferas como na área da Beira Serra, comporta um risco acrescido por serem poeiras radioativas”.
Os organizadores também sustentam que, “contrariamente ao que o Governo e as empresas pretendem fazer crer, este ‘progresso’ não é desenvolvimento, pois na verdade gerará poucos postos de trabalho localmente (todos eles precários), e num horizonte temporal de laboração de entre 10 a 20 anos, após o qual já terá destruído o tecido de micro e pequenas empresas que se desenvolveu nas últimas décadas, já terá aumentado a desertificação populacional e a seca e a poluição serão críticas”.