O Boom Festival 2018 vai sensibilizar os participantes para a importância de reduzirem a produção de lixo, sobretudo de plástico, através da instalação de equipamentos de reciclagem interativa que permitem transformar o plástico em novos objetos.
O evento, que decorre em Idanha-a-Nova, entre os dias 22 e 29 de julho, vai instalar equipamentos de reciclagem interativa em pequena escala, que permitem transformar lixo plástico em novos objetos através da tecnologia de impressão 3D.
“A instalação inclui quatro unidades: uma de lavagem e secagem do copo de plástico, por exemplo, outra de trituração do mesmo e uma terceira de extrusão. Com o filamento de plástico que esta última gera e que é submetido à impressão 3D, produz-se um novo objeto”, explica, em comunicado, a organização do Boom Festival.
A instalação destes equipamentos é cofinanciada pela Associação IdanhaCulta, que gere a ‘Boomland’, e pela iniciativa Sê-lo Verde, sendo que a autoria do projeto é da associação ambientalista Zero Waste Lab, que tem usado este equipamento enquanto ferramenta educativa junto dos mais novos.
Este é um processo artesanal que visa apenas envolver ativamente os participantes no Boom Festival como modo de os sensibilizar para a reutilização, bem como para a revisão dos seus hábitos de consumo e do uso excessivo de plástico.
“O Boom Festival vai ser a nossa maior montra, já que é uma plateia muito maior, com outro nível de consciencialização ambiental. Acreditamos que será um projetor de alta consciência”, afirma Ana Salcedo, da Zero Waste Lab.
Esta associação reuniu ainda um conjunto de 18 voluntários de 11 nacionalidades que irá estar presente no festival a sensibilizar os participantes a reduzirem a produção de lixo, sobretudo plástico.
Sendo a produção de lixo uma das preocupações da organização deste evento bienal, o Boom Festival vai distribuir nesta edição por cada participante um ‘welcome kit’ que, além de um sabonete biodegradável para evitar a poluição da água, contempla dois sacos para separação dos resíduos que produzem ao longo da sua permanência no festival e um cinzeiro portátil.
“Se assumirmos que cerca de 20 mil participantes fumam e que, nos oito dias de festival, consumirão um maço por dia, cerca de 3,2 milhões de beatas, que possuem cerca de quatro mil tóxicos e demoram 10 a 12 anos a degradar-se, serão encaminhadas para um destino adequado”, explica Ricardo Alves, responsável pela área ambiental do Boom Festival.
Na edição de 2018, o Boom Festival apresenta ainda outras iniciativas amigas do ambiente, como a disponibilização de utensílios biodegradáveis na restauração, em substituição do plástico, de modo a que estes, juntamente com os resíduos orgânicos, possam ser encaminhados para compostagem, e ainda o reforço da produção de energia solar.
Foram adquiridos mais 12 painéis solares que vão permitir ao Boom aumentar a sua pequena central de energia renovável, composta agora por um total de 28 painéis.
“Esperamos produzir no nosso sistema ‘off the grid’ cerca de 20 kVA de energia por hora em dias de sol, o que nos permite eliminar o consumo estimado de seis litros de gasóleo de um gerador, utilizado para produzir a mesma quantidade de energia”, refere Ricardo Alves.
Ainda com o objetivo de redução da emissão de gases nocivos para a atmosfera, o Boom Festival promove a utilização de transportes públicos.
Tal como em edições anteriores, o festival disponibiliza autocarros desde Lisboa, Madrid, várias cidades de França e Suíça, num total de 230, mais 20 que em 2016.
Distinguido em 2008, 2010, 2012, 2014 e 2016 com o “Outstanding Greener Festival Award”, o prémio mundial mais importante de eventos sustentáveis atribuído por “A Greener Festival”, o Boom Festival é, desde 2010, a convite da United Nations Environment Programme (UNEP) organismo pertencente à ONU, membro da iniciativa “United Nations Music & Environment Stakeholder”.