O sítio arqueológico do Cabeço das Fráguas, no concelho da Guarda, está em vias de classificação, segundo um anúncio hoje publicado em Diário da República (DR).
O anúncio refere que a decisão de abertura do procedimento de classificação «teve por fundamento o elevado interesse científico deste sítio arqueológico, que cedo assumiu papel de destaque na geografia física e religiosa das comunidades proto-históricas da região». «Comprova-o não só a longevidade da sua ocupação, desde os últimos momentos do Bronze Final até ao século I, como também a vitalidade do uso deste espaço no âmbito cultural», acrescenta. No Cabeço das Fráguas, sito na freguesia de Benespera, concelho da Guarda, a 1.015 metros de altitude, existiu um santuário onde se encontra uma inscrição rupestre que descreve a oferenda de vários animais a diversas divindades. «Trata -se de um povoado fortificado com duas linhas de muralha bem definidas, registando-se no recinto da acrópole um espaço presidido por uma inscrição rupestre em língua lusitana, referente à realização de um ato sacrificial a várias divindades indígenas, encontrando-se igualmente documentado a posterior continuidade do culto de uma das divindades indígenas aí mencionadas, já inteiramente de acordo com os cânones romanos», segundo o anúncio publicado em DR. O caráter extraordinário do sítio prende-se «com o facto de colocar em contexto, num espaço frequentado desde o início do século VIII-VII a.C. até final do século I d.C., diversos aspetos da religiosidade indígena que habitualmente se registam apenas de forma isolada», refere. Os elementos relevantes do processo de classificação estão disponíveis nas páginas eletrónicas da Direção Regional de Cultura do Centro (www.culturacentro.pt), Direção-Geral do Património Cultural (www.patrimoniocultural.gov.pt) e Câmara Municipal da Guarda (www.mun-beira.pt). A vereadora da Câmara da Guarda responsável pelo pelouro do turismo, Elsa Fernandes, reagiu hoje com satisfação à abertura do procedimento de classificação do sítio arqueológico do Cabeço das Fráguas por considerar que o trabalho realizado «em prol do património do concelho da Guarda começa a ter o devido reconhecimento por parte do Estado». «Não podemos deixar de referir que a satisfação é dupla, já que foi o ano passado que assumimos o Cabeço das Fráguas como tema central de uma das visitas encenadas, afirmando-o como mais um ex-libris do concelho», afirmou. Com a classificação daquele sítio arqueológico, a autarquia da Guarda espera que «haja uma segurança do património que ainda está edificado no local e, que desta forma, as entidades responsáveis possam desenvolver a manutenção e a promoção do espaço».