Sindicatos exigem fim de "manobra eleitoralista" sobre a natalidade

As boas condições sociais são fundamentais para a natalidade. Não se pode “voltar ao tempo de dividir a sardinha por três ou por cinco”, refere o coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco.

O coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB) disse esta segunda-feira à agência Lusa que o problema da natalidade “não pode ser objeto de uma manobra eleitoralista como o PSD procurou fazer”. “O problema da natalidade não se resolve com paliativos nem com benesses a quem é prevaricador. Dá a impressão que não é obrigatório cumprir a legislação. Estou a referir-me, concretamente, ao despedimento de mulheres grávidas”, referiu Luís Garra.
O sindicalista considera que o problema da natalidade está diretamente relacionado com o problema da segurança no emprego e das condições de vida das pessoas. “A precariedade e os baixos salários são inimigas da natalidade e o desemprego é superiormente inimigo da natalidade”, adiantou. Para o coordenador da USCB, é preciso atacar estas três questões, ou seja, combater o desemprego, garantir um emprego com direitos e elevar o nível salarial das pessoas. “Se isto não for feito, tudo o resto são paliativos. Se se quer um consenso em torno do problema da natalidade, é preciso centrar as atenções nestas três ideias-chave, porque é a partir daqui que tudo se pode fazer”, realça o sindicalista. Luís Garra sublinha que os estudos valem sempre a pena e acrescenta que não desvaloriza o papel daqueles que se debruçam sobre estes assuntos. “Agora, não se inventem falsos argumentos e ideias que são injetadas na mente das pessoas para desviar as atenções dos problemas centrais. Dizer-se que isto é um problema de cultura quando depois os estudos dizem que a maioria dos jovens portugueses gostariam de ter filhos ou dizer que é um problema cultural de alteração de valores não e verdade. Claro que há exceções”, sustenta. O coordenador da USCB diz que não se pode “voltar ao tempo de dividir a sardinha por três ou por cinco”. “Quando se tem filhos, é para dar uma boa educação e melhores condições de vida do que nós tivemos. Isto é que é o avanço. Tudo o resto é retrocesso”, conclui. Para o sindicalista, as boas condições sociais são fundamentais para a natalidade.
“Ora, se estamos numa situação em que o Governo aposta no encerramento de escolas, extensões de saúde, jardins-de-infância, obviamente que tudo isto são medidas contra a natalidade. Se no mercado de trabalho se procura aumentar a precariedade, naturalmente que são medidas que atentam contra a natalidade”, refere Luís Garra.

 


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