Saldos arrancam hoje com descontos até 60%

Descontos que oscilam entre os 50% e 60% é a oferta que as marcas têm no terreno para escoar produtos e ganhar vendas durante o período de saldos.

A tradicional época de saldos está a perder força. Hoje seria o arranque do período oficial de saldos à luz do anterior regime que regulamentava o comércio. No entanto, a alteração legislativa aprovada no ano passado no Regime Jurídico de Acesso e Exercício de Atividades de Comércio, Serviços e Restauração permite às empresas antecipar saldos, isto é escolher os períodos para escoar os produtos abaixo do preço de custo.

Desde o início do mês de julho que várias marcas, sobretudo de vestuário estão a aproveitar a flexibilidade trazida pela nova lei e procuram conquistar os clientes com descontos que oscilam entre os 50% e os 60%.

Apesar de os saldos ainda fazerem parte da estratégia das empresas, este ano poderá não haver as filas enormes à porta das lojas porque, tal como refere a diretora-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), Ana Isabel Trigo de Morais, a onda de promoções e descontos está no terreno todos os dias e está a retirar impacto a esta figura.

Este cenário é confirmado pelo grupo Brodheim, que explora marcas de luxo como Guess ou Furla. O presidente executivo do grupo, Ronald Brodheim refere que as marcas Betrend.store e Furla iniciaram o período de promoções a 22 junho e 27 junho respetivamente. As restantes marcas, Guess, Burberry, Timberland e Tods, só iniciaram as promoções no início de julho.

A mesma estratégia foi seguida pela marca de calçado Beppi. O administrador do grupo, Paulo Maia, admite que “2% da coleção está em promoção com descontos de 25%”, sendo que reserva o período de saldos para começar hoje até 15 de setembro.

Fonte oficial da H&M sublinha que a cadeia sueca “atua sempre dentro da moldura legal de cada País e, neste sentido, é planeada a campanha de saldos nas datas em que acreditamos serem mais apreciadas pelos nossos clientes”. Por isso, neste período de verão os descontos vão até aos 50%.

Com 339 lojas em Portugal, fonte do grupo espanhol Inditex apenas sublinhou que se mantém “a política, dois períodos de saldos, no final de cada campanha”. No entanto, desde os primeiros dias de julho que são visíveis as referências a saldos na marca Zara que ascendiam a 50%.

Além das marcas, também os espaços como os ‘outlets’ não negligenciam esta apetência dos consumidores para o fator preço. O diretor do Vila do Conde The Style Outlets, António Alves, garante que o espaço “decidiu aproveitar a nova lei dos saldos, antecipando a sua abertura em todo o centro para o passado dia 1 de julho”. António Alves revela que, em 2014, os dois períodos de saldos (verão e inverno) representaram 36% das vendas do Vila do Conde The Style Outlets. Este ano, “tendo em conta a antecipação dos saldos de verão, poderá crescer em faturação entre 6 a 8% relativamente ao período do ano passado”.

Já o presidente da marca Eureka, que apostou primeiro promoções de 30%, Alberto Sousa lembra que “a lei veio apenas regularizar o que se passava no setor. Era habitual as empresas fazerem estas coisas, utilizar o nome promoções em vez de saldos”.

Ainda assim, depois da crise os portugueses continuam atentos às oportunidades de comprar a um preço apelativo, quer seja em saldos, em promoções ou com outras ações de descontos. A conclusão do estudo do IPAM- The Marketing School, que se realiza há três anos, não deixa dúvidas: 95% dos inquiridos admite comprar em saldos e promoções.


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