O líder da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) falava aos jornalistas no final de um almoço realizado pelo American Club, em Lisboa, onde foi o orador convidado.
Questionado sobre a reunião do grupo de trabalho indicado para a primeira abordagem da discussão acerca da revisão do salário mínimo, que decorre em Lisboa, António Saraiva reafirmou que a CIP “está disponível” para equacionar um novo acordo de salário mínimo.
O dirigente patronal condicionou a revisão do salário mínimo a dois grandes princípios: “Que tenha critérios objetivos e que as partes possam acompanhar e monitorizar, além de salvaguardar a competitividade externa das empresas portuguesas”.
“A proposta do novo acordo que manteremos em cima da mesa na reunião de quarta-feira respeitará estes dois princípios, embora tenha pequenas adaptações, porque desde janeiro de 2011 [altura em que terminou o primeiro acordo] até 2014, houve evoluções”, salientou.
Este é o ponto de partida da CIP para as negociações, disse António Saraiva, lembrando, no entanto, que “há empresas e empresas e setores e setores e, mesmo dentro do mesmo sector de atividade, há realidades diferentes”.
A maior parte das empresas, de acordo com o líder da CIP, têm hoje “melhores condições para atingir esse valor do que tinham há três ou quatro anos”.
“É [também], por isso, que temos que analisar este problema e solucioná-lo”, disse.
António Saraiva referiu ainda que o novo acordo deve ter “um horizonte temporal de três a quatro anos e ter uma escala evolutiva no valor e no calendário”, pois não se pode “estar a discutir a questão do salário mínimo todos os anos”.
A CIP propõe uma “discussão séria” assente “em critérios objetivos, escalonada no tempo e no valor”, referiu.
“Diria que a base inicial de 500 euros nesta discussão do novo acordo de salário mínimo é hoje um dado praticamente adquirido e não temos sobre isso limitações para além dos dois princípios enunciados”, concluiu.