Quercus interpõe providência cautelar para travar abate de árvores na Guarda

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A Quercus anunciou hoje que interpôs uma providência cautelar para tentar travar o abate de árvores que está a ser perpetrado na cidade da Guarda pela Câmara Municipal local.

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, anunciou hoje em comunicado que interpôs a providência cautelar, na quarta-feira, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco.

A ação, contra a Câmara Municipal da Guarda, é motivada pelo “avanço do abate de árvores bárbaro que decorre na Avenida Cidade Salamanca, na cidade da Guarda, devido à ausência de informação esclarecedora e indisponibilidade do município para suspender a ação do corte de árvores de grande porte”, esclarece.

“No passado dia 01 de março, a Quercus abordou a Câmara Municipal da Guarda para esclarecer devidamente o fundamento do abate de dezenas de árvores que tinha iniciado na Avenida Cidade Salamanca. Contudo, apesar das queixas efetuadas por munícipes da Guarda, continuou a falta de informação e a insensibilidade da Câmara para suspender o abate”, acrescenta.

A Quercus refere que, com base na informação disponibilizada, a atuação da autarquia “configura uma gestão danosa do património público arbóreo da antiga N16 criado pelo Estado através da Junta Autónoma das Estradas em meados dos anos 30 do século passado”.

“Compreendemos a necessidade de substituição de algumas árvores, mas deveria ser efetuado um planeamento faseado ao longo de vários anos e não cortar todo o arvoredo urbano em escassos dias”, sustenta na nota.

Refere ainda que aguarda “serenamente” pela decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco e diz esperar “que exista bom senso por parte do município em parar as obras”.

A Quercus indica ainda que existe um movimento cívico a contestar o abate das árvores, tendo sido criada uma petição pública pela “Cessação imediata do abate de árvores na Guarda”, que já reuniu cerca de 700 assinaturas.

O vereador da Câmara Municipal da Guarda com o pelouro do urbanismo assegurou na quarta-feira, em conferência de imprensa, que o plano de rearborização que implica o corte de árvores “vai ser levado até ao fim”.

“O plano que está definido, consubstanciado nos estudos que foram feitos, vai ser levado até ao fim, naturalmente”, assegurou Sérgio Costa.

A autarquia da Guarda está a proceder a trabalhos de rearborização da cidade que preveem a plantação de mais de 2.000 árvores em vários locais, até ao final de março de 2017, explicou o autarca.

Disse que os trabalhos são feitos no âmbito de um estudo de urbanismo encomendado a um gabinete paisagista de Lisboa, o qual concluiu ser necessário, concretamente para a Avenida Cidade de Salamanca, “alguns abates e a plantação de outras espécies em maior quantidade”.

As conclusões apresentadas “ditaram que, por razões fitopatológicas e urbanísticas, seria necessário proceder à substituição de várias árvores naquela artéria da cidade”, disse.


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