Carlos Peixoto questiona, numa pergunta enviada à ministra da Saúde, se a tutela está “a par da situação dramática em que se encontra o hospital da Guarda no que respeita ao acolhimento e acomodação segura e condigna dos doentes”.
“Que plano ou estratégia tem o Governo para evitar que os corredores do hospital sejam depósitos impressionantes e insalubres de macas e de doentes?”, pergunta, também, o social-democrata.
Segundo o deputado eleito pelo círculo eleitoral da Guarda, “imagens recentemente divulgadas na comunicação social mostraram o caos e a tragédia que se vive” no Hospital Sousa Martins.
“Corredores atolados de macas e doentes, filas intermináveis de acamados e um depósito dantesco e indigno de pessoas na urgência exibem bem o estado de calamidade a que chegou a saúde no distrito da Guarda”, relata.
O social-democrata acrescenta que “não está em causa a inexcedível entrega dos profissionais de saúde”, mas sim “as condições deploráveis da prestação dos cuidados de saúde”.
“O atual contexto pandémico não pode explicar tudo, até porque a incapacidade de ação do hospital já há muito tempo que é questionada e denunciada. O Governo e a administração do hospital não podem conformar-se com a transformação de uma unidade de saúde num armazém macabro e recheado com um inacreditável amontoado de doentes”, afirma.
Para o deputado, “a contratação imediata de estruturas de retaguarda que colmatem provisoriamente (mas com segurança) as carências existentes é uma possibilidade que pode ser tida em conta”.
“A construção do ‘pavilhão 5’ tantas vezes prometido e nunca mais dado à luz é outra opção que liberta de vez espaço para utilização e readaptação das instalações existentes. O que não pode manter-se é a atual balbúrdia que se vive e a total inoperância para a superar. Impõe-se, por isso, a tomada de decisões firmes, eficazes e urgentes”, conclui.
Na semana passada, em Évora, a ministra da Saúde alertou que Portugal enfrenta uma nova “fase de imensa pressão” no Serviço Nacional de Saúde devido ao crescimento de casos de covid-19.
Marta Temido salientou que a tutela “tem trabalhado em rede e diariamente” com todos os hospitais, administrações e serviços de saúde e todos têm procurado fazer “uma gestão de camas e de fluxos”.
“Do lado do Ministério da Saúde, o nosso esforço continua no sentido da articulação, transferência de doentes, abertura de vias de comunicação e contratação externa, nomeadamente convenções com o privado”, referiu.
Na segunda-feira, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, reuniu com a administração da Unidade Local de Saúde da Guarda e anunciou que o Governo pretende investir um total de 12,3 milhões de euros na melhoria das condições de edifícios do hospital e do Centro de Saúde de Seia.
“A área da saúde é, e tem que ser, uma área prioritária de investimento no nosso país. Tem que ser, e é, uma área prioritária de aplicação de fundos comunitários”, afirmou.