PSD da Guarda pede reativação da linha férrea entre Pocinho e Salamanca

“Trata-se, por isso, de um investimento de grande ambição, catalisador de desenvolvimento, que pode transformar esta região transfronteiriça numa nova centralidade da Península Ibérica”.

A Comissão Política Distrital do PSD/Guarda pediu hoje aos governos de Portugal e Espanha que incluam na “agenda de prioridades” da Cimeira Luso-Espanhola a reativação da linha férrea entre Pocinho e La Fuente de San Esteban (Salamanca).

A 31.ª Cimeira Luso-Espanhola vai realizar-se no sábado, na Guarda, tendo como temas centrais a cooperação transfronteiriça e a articulação dos dois países na União Europeia para a recuperação económica, anunciou na segunda-feira o Governo português.

O presidente da distrital do PSD da Guarda, Carlos Condesso, pediu hoje aos líderes dos Governos de Portugal e de Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, respetivamente, para “que incluam na agenda de prioridades desta cimeira a reativação da Linha de Caminho de Ferro desde o Pocinho até La Fuente de San Esteban (Salamanca), cuja última localidade do lado português junto à fronteira é Barca d’Alva [no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo]”.

Segundo a nota, “são 106 quilómetros de via férrea internacional que, incompreensivelmente, estão votados ao abandono há mais de 30 anos”.

Para o líder da estrutura distrital social-democrata, que também é vereador no executivo municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, é altura de António Costa e de Pedro Sánchez “terem o arrojo e a coragem política de decidirem e colocarem em prática o que todos os agentes económicos dos dois lados da fronteira consideram como estratégico para os dois países”.

Segundo este responsável, o investimento “é uma ambição antiga de toda a região que, a ser concretizado, irá repor a justiça perante um enorme erro executado do lado português, em 1988, com o encerramento do troço da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva e, do lado espanhol, em 1985, com o encerramento do troço entre La Fregeneda até La Fuente de San Esteban”.

“Trata-se, por isso, de um investimento de grande ambição, catalisador de desenvolvimento, que pode transformar esta região transfronteiriça numa nova centralidade da Península Ibérica”, defende.

No entender do líder distrital do PSD/Guarda, a reativação da ligação internacional ferroviária por Barca d’Alva até Salamanca “virá desencravar” toda a região, “afirmando-se como um vetor valioso e indiscutível na definição de um novo modelo de desenvolvimento territorial transfronteiriço, pois permite uma ligação mais rápida e mais curta da Área Metropolitana do Porto, de toda a região Norte e de toda a região do Douro com a vizinha Espanha, e desde aí a toda a Europa”.

“A reativação desta linha férrea vem também enquadrar a linha do Douro entre dois importantes polos geradores de tráfego e dotados de infraestruturas de transporte relevantes: o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e o terminal de Leixões, com a estação de Alta Velocidade de Salamanca”, é apontado.

Ainda de acordo com o PSD, em termos turísticos, a referida linha “é das mais belas e com mais potencial da Europa, visto que contempla pontos estratégicos, constituídos por quatro destinos classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade: Porto, Alto Douro Vinhateiro, Parque Arqueológico do Vale do Côa e Salamanca”.


Conteúdo Recomendado