“O PRR que o Governo apresentou como estratégico para o país e colocou, a muito custo e por exigência de Bruxelas, em consulta pública, tem previsto distribuir a astronómica verba de 16.643 mil milhões de euros. Nem mesmo com esta incomensurável verba o Governo socialista tem em conta estes territórios do interior e muito menos o nosso distrito da Guarda”, refere Carlos Condesso em comunicado hoje enviado à agência Lusa.
Para o líder distrital do PSD da Guarda, a “bazuca do Plano de Recuperação e Resiliência, tal como foi elaborado, despreza o distrito da Guarda e desfere um duro golpe à população do interior”.
O responsável considera que a proposta de “uma suposta ‘recuperação e resiliência’ é mesmo um instrumento ofensivo para a população do interior do país” e associa-se “a todos os que o têm contestado pela ausência de medidas com vista à recuperação económica e social do território nacional – com critérios de igualdade territorial, de justiça social e indutoras da tão famigerada coesão territorial”.
“Será que a senhora ministra da Coesão Territorial deu contributos ou foi ouvida sobre este plano, ou já desistiu de vez do interior, que representa dois terços do território nacional, resumindo o seu Ministério à insignificância?”, questiona.
Na opinião de Carlos Condesso, o plano, a ficar como está, “desvia grande parte dos apoios daqueles que serão o elemento chave para a recuperação económica – as pessoas e as empresas”.
Em relação do distrito da Guarda, aponta que “o investimento em obras públicas prioritárias e infraestruturantes, também é esquecido e desviado para o centralismo do Terreiro do Paço, num notório desprezo pela população que aqui reside, cujos efeitos da pandemia têm afetado excessivamente”.
“Ignorar os territórios de baixa densidade parece ser o caminho que o Governo pretende traçar ao abrigo deste Plano de Recuperação e Resiliência, que vai, uma vez mais, incrementar os níveis de desigualdade territorial”, aponta.
A concluir a nota, o presidente da distrital do PSD/Guarda refere que, mais uma vez, o Governo “desconsidera o interior de Portugal” e “despreza os anseios e as vontades” da população que ali “reside, resiste e trabalha”.
O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.
Depois de um rascunho apresentado à Comissão Europeia em outubro de 2020 e de um processo de conversações com Bruxelas, o Governo português colocou na terça-feira da semana passada a versão preliminar e resumida do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em consulta pública, no qual estipula “19 componentes, que integram por sua vez 36 reformas e 77 investimentos”.