Previsões de queijo Serra da Estrela de qualidade na campanha deste ano

A campanha de queijo Serra da Estrela deste ano deverá ficar marcada pela qualidade, disse hoje à agência Lusa Júlio Ambrósio, presidente da Estrelacoop – Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela.

“A produção de queijo Serra da Estrela este ano tem aumentado, é de qualidade”, adiantou o dirigente da Estrelacoop, com sede em Celorico da Beira, que representa os produtores certificados da região demarcada de produção.

Segundo o responsável, o número de queijarias que estão a certificar aquele produto também aumentou face ao ano anterior, que tinha 22 produtores.

“Neste alavão [de] 2015/2016 estão 26 queijarias a produzir queijo Serra da Estrela”, disse Júlio Ambrósio, indicando que os concelhos de Celorico da Beira e de Seia, com seis queijarias cada, são aqueles que têm maior número.

Seguem-se os municípios de Oliveira do Hospital (com quatro), Gouveia (três), Fornos de Algodres, Nelas e Penalva do Castelo (duas) e Trancoso (uma).

A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange 18 municípios, como Guarda, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Gouveia, Manteigas, Seia, Trancoso, Oliveira do Hospital, Nelas, Penalva do Castelo, Mangualde e Covilhã.

A Cooperativa Estrelacoop é a entidade gestora da Denominação de Origem Protegida (DOP) do queijo Serra da Estrela que só pode ser produzido com leite de ovelha das raças Serra da Estrela ou Churra Mondegueira.

O presidente da Estrelacoop disse à Lusa que a certificação do queijo tem vantagens para o produtor e para o consumidor.

Para o produtor, as vantagens estão relacionadas com o facto de produzir “um queijo tradicional, um queijo com uma DOP, um queijo que cumpre regras de produção, um queijo com genuidade, ou seja, um queijo que marca a região – queijo Serra da Estrela DOP”.

Já o consumidor, “ao comprar um queijo Serra da Estrela DOP, sabe que este queijo é produzido numa determinada região, a matéria-prima é daquela região, é produzido com toda a segurança alimentar, é um produto tradicional com muita história, é um produto português”, assinala o responsável.

Júlio Ambrósio disse ainda à Lusa que “um queijo certificado é um queijo que identifica a região” e “é um queijo que apenas é produzido com leite de ovelhas Serra da Estrela e/ou Churra Mondegueira, em regime extensivo, só da região Serra da Estrela, sal e flor de cardo, como coagulante”.

O queijo Serra da Estrela, entre outras características, é um queijo curado, de pasta semi-mole, amanteigada, branca ou ligeiramente amarelada, bem ligada, cremosa e untuosa, com um peso que varia de 500 a 1.700 gramas.

“O queijo não certificado, ou seja queijo de ovelha curado, pode ser produzido com leite vindo até [de] fora do país, de ovelhas estabuladas, que são alimentadas apenas de rações, ou seja, é um queijo sem tradição, sem regras de produção para cumprir”, explicou.

O queijo é sempre comercializado com um rótulo onde consta a designação ‘Queijo Serra da Estrela’, o logótipo DOP e a respetiva marca de certificação.


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