No documento dirigido à secretária de Estado do Turismo, Santinho Pacheco pergunta “qual o ponto de situação do processo” do hotel e “de que forma pensa o Governo assegurar, através de novo concurso que anunciou, a existência de potenciais interessados em investir no turismo da Guarda”.
O deputado eleito pelo círculo eleitoral da Guarda lembra no requerimento enviado através da Assembleia da República que o Hotel de Turismo “é um dos edifícios mais simbólicos e emblemáticos da cidade e pode ser considerado o exemplo mais acabado do desleixo, do abandono, do esquecimento da Guarda pelo Governo PSD/CDS”.
“Mais de quatro anos de maioria absoluta e nem um prego foi ali colocado. Hoje, todo o edifício apresenta condições de muita precária manutenção geral e encontra-se em processo de degradação acelerada”, sublinha.
Denuncia que, em 2015, “em período de campanha eleitoral, foram lançados à pressa dois concursos para a venda do imóvel, que não atraíram o interesse dos investidores, o que só por si demonstra bem que as suas cláusulas contratuais não tinham em conta as reais condições do mercado”.
Segundo Santinho Pacheco, recentemente, o atual Governo anunciou que vai lançar um novo processo com vista à abertura de um concurso público para alienação do património do ex-hotel.
“Nós, como todos os guardenses, queremos ver o hotel a funcionar em pleno. O Hotel Turismo é um ponto de honra para os deputados do PS da Guarda e continuaremos a pugnar pela sua recuperação e devolução ao tecido económico da cidade e da região, valorizando a oferta turística na fronteira e na Serra da Estrela”, esclarece no documento enviado à Secretaria de Estado do Turismo.
O edifício do Hotel de Turismo foi vendido em 2010 pela Câmara da Guarda, então liderada pelo socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projeto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se.
Em 2015, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças realizou uma hasta pública para venda do edifício, que ficou deserta.
O imóvel foi posteriormente colocado à venda, pelo valor de 1,7 milhões de euros, através de um concurso público de arrendamento com opção de compra, mas a empresa interessada no negócio desistiu.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP), apelou ao Governo para que proceda à aprovação da terceira hasta pública para venda do edifício ou então que o recupere através do Turismo de Portugal.
O autarca anunciou que, realizando-se a terceira hasta pública, se a economia privada não comprasse o hotel, a Câmara da Guarda iria fazê-lo.