Na homilia, o chefe máximo da Igreja Católica comparou os medos atuais com os vividos pelos seguidores de Jesus um dia depois da crucificação.
“Tal como nós, eles enfrentavam o drama do sofrimento, de uma tragédia inesperada que aconteceu de repente. A dor misturou-se com o medo do futuro, e de tudo o que teria de ser reconstruído”, comparou.
E acrescentou: “Para eles, tal como para nós, foi a hora mais negra”.
A missa da vigília pascal é uma das cerimónias mais evocativas do Vaticano porque os celebrantes entram na basílica escurecida, com exceção de uma vela que o papa transporta simbolicamente, e são depois acesas todas as luzes interiores, num sinal de alegria.
No entanto, esta noite, quando a basílica foi iluminada, o vazio de fiéis foi visível, e os passos do Papa e do seu grupo de acompanhantes eram audíveis no caminho para o altar.
“Esta noite celebramos o direito fundamental que não nos pode nunca ser retirado: o direito à esperança”, disse, apelando aos cristãos para “serem mensageiros da vida num tempo de morte”.
Durante a vigília pascal, adultos convertidos ao catolicismo são tradicionalmente batizados pelo Papa, mas o distanciamento social exigido para combater a pandemia forçou, este ano a eliminação deste ritual durante a cerimónia.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 103 mil mortos e infetou mais de 1,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 508 mortos e 16.585 casos de infeção confirmados.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.