Os pais estão contra a decisão aprovada pelo Conselho Municipal de Educação, por considerarem que a mudança «provocará a descontinuidade pedagógica».
Os pais e encarregados de educação das crianças que frequentam o jardim-de-infância de Alfarazes, na Guarda, protestam contra a mudança de agrupamento escolar e admitem lutar para que a atual situação se mantenha.O jardim-de-infância está integrado no Agrupamento de Escolas da Área Urbana da Guarda (Santa Clara), mas com a nova definição escolar passará a pertencer ao Agrupamento de Escolas da Sé, medida que é contestada por a solução «prejudicar o bom funcionamento» da instituição. Os pais estão contra a decisão aprovada pelo Conselho Municipal de Educação, por considerarem que a mudança «provocará a descontinuidade pedagógica». «Todo o corpo docente e uma assistente operacional serão forçados a mudar de jardim-de-infância, pois pertencem ao quadro do Agrupamento Escolas da Área Urbana da Guarda, o que não será nada benéfico, na medida em que os nossos filhos perderão todas as referências afetivas e educativas», segundo José Sequeira. O porta-voz dos pais e encarregados de educação das 45 crianças que frequentam o estabelecimento de ensino pré-escolar também alega que a mudança «não irá proporcionar um percurso sequencial e articulado, nem favorecer uma transição adequada entre níveis de ensino». A decisão, que «irá comprometer o modo de funcionamento» da instituição, foi tomada sem ouvir os interessados, denunciou José Sequeira. Contou que os pais reuniram na Direção Regional de Educação do Centro (Coimbra) e com o vereador da educação da Câmara da Guarda e já tentaram reunir com os diretores dos cinco agrupamentos, sem sucesso. «Não queremos forçá-los a nada, apenas que nos ouçam, para que possamos expor a nossa opinião sobre este assunto que tanto nos tem incomodado e que pretendemos resolver da melhor forma», disse. Se o diálogo não surgir, os pais estão dispostos a lutar para que o jardim-de-infância de Alfarazes não mude de agrupamento no próximo ano letivo. «Se for preciso ir para a frente da Câmara [em manifestação] também vamos. Até [iremos] a Lisboa, ao Ministério da Educação», aponta o encarregado de educação Rodolfo Queirós. Os pais consideram que os seus filhos «nada beneficiam» com «a troca administrativa» originada pela criação de dois mega-agrupamentos escolares na cidade, um com 2.665 alunos (Agrupamento de Escolas da Sé) e outro com 2.419 (Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque). Adalberto Carvalho, diretor do Agrupamento de Escolas da Área Urbana da Guarda a que pertence o jardim-de-infância de Alfarazes disse hoje à Lusa que a decisão da mudança foi tomada por «consenso» pela comissão de trabalho que integrou representantes da autarquia, escolas e associações de pais. Disse que quando o descontentamento surgiu foi contactado pelo vereador da educação para uma reunião e mostrou disponibilidade para estar presente. O encontro não se concretizou, mostrando novamente «disponibilidade para reunir e para receber os pais se eles assim o entenderem».