Este universo total de devedores fiscais inclui um grupo de 277 contribuintes (entre singulares e coletivos) que respondem por dívidas de valor superior a um milhão de euros. De acordo com os dados da AT, a maior parte daqueles 277 devedores são pessoas singulares (incluindo aqui empresários em nome individual). Ao todo contam-se 168 particulares a dever mais de um milhão de euros, contra 100 empresas neste patamar de valores.
Em ambas os casos se regista um agravamento face aos números observados em setembro do ano passado. Nessa altura, as empresas e particulares com dívidas de valor acima de um milhão de euros eram de 89 e 149, respetivamente.
Esta subida acontece depois de, no final do ano passado se ter registado uma ligeira descida entre o universo de devedores com dívidas de montante mais elevado. Nessa altura decorria ainda o programa excecional de regularização impostos que permitiu aos contribuintes pagar total ou parcialmente as suas dívidas beneficiando de uma amortização do valor das coimas e das custas processuais.
No âmbito daquele programa foram pagos mais de 1,28 mil milhões de euros de dívidas por cerca de 400 mil contribuintes, dos quais 280 mil empresas.
A subida não surpreende o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas que considera que esta situação revela que para muitas empresas “continuam exauridas” e sem meios para pagar os impostos. Esta situação reflete a crise e a dificuldade em receber o produto das vendas. “Vender, para uma empresa, não é difícil. Difícil é conseguir que lhe paguem”, precisa Domingues de Azevedo.