Famalicão da Serra acolhe amanhã um festival de bandas de rua, por ocasião dos 16 anos da fanfarra do Centro Cultural local.
A fanfarra NemFáNemFum comemora 16 anos de atividade no sábado com um festival de música de rua, em Famalicão da Serra (Guarda), que conta com a participação de outros companheiros de ofício. Organizada pelo Centro Cultural local, a “Fanfarronada” – assim se chama a festa – arranca pelas 18 horas, mas os espetáculos acontecem a partir das 21 horas. A Fanfarra Lusogroove (Covilhã), a Bizu Walking Band (Lisboa), a El Puntillo Canalla Brass Band (Segóvia, Espanha) e Farra Fanfarra (Lisboa) são as fanfarras que se quiseram associar à efeméride. Pelo largo da aldeia vão desfilar cinco estilos diferentes de tocar e atuar/interagir com o público, numa atividade que culminará com um tema comum interpretado em conjunto lá para o fim da noite. A fanfarronice pode vir depois de se apagarem as velas ao aniversariante. O projeto da NemFáNemFum começou a germinar em 1996 sob a orientação dos músicos Carlos Alberto Neto (já falecido) e Gregg Moore, mas só em maio do ano seguinte saiu à rua, sendo um dos primeiros grupos de rua em todo o país. Desde então, esta década e meia de atividade levou a fanfarra a percorrer grande parte do país e a participar nalguns eventos no estrangeiro, somando já mais de 300 espetáculos. Composta por nove elementos, todos amadores, a NemFáNemFum toca um repertório aberto e rebuscado nas músicas do mundo, cruzando ritmos e influências que vão do jazz ao pop, passando por temas tradicionais da música russa, judaica, africana, americana, latina, sem esquecer alguns temas do folclore de Famalicão. Para a história do grupo ficaram versões de “I Feel Good” (James Brown), “Colna” (Ena Pá 2000), “Gasoline Alley” (Rod Stewart), “Satisfaction” (Rolling Stones), “Ai a minha vida” (Xutos & Pontapés) ou “Smoke on the Water” (Deep Purple). Mais recentemente, sob a orientação de Jorge Martins, a fanfarra acrescentou mais dois temas portentosos: “Killing in the name” (Rage Against the Machine) e “Hey ya!” (Outcast). «A conciliação (nem sempre fácil) do amadorismo com a vida pessoal e profissional de cada elemento, os sobressaltos da passagem dos anos, a saída ou o desaparecimento precoce de alguns elementos, são algumas das provações que este grupo de amigos (também) da música tem sabido ultrapassar, assumindo as suas limitações com o mesmo ar brincalhão e fazendo das fraquezas força na hora de fazer soar os instrumentos», sublinha o Centro Cultural de Famalicão, a “casa-mãe” dos NemFáNemFum.