O novo projeto na área das artes de palco, apresentado na véspera do dia Mundial do Teatro, tem direção de Marcos Barbosa, diretor da Escola do Largo, em Lisboa.
“Com intercâmbio cultural e artístico através de parcerias com centros congéneres dos Estados Unidos, México, Argentina, Noruega, Reino Unido, Espanha e França, o CID vai acolher escritores, encenadores, atores, tradutores, académicos, artistas e críticos, nacionais e internacionais, para que possam desenvolver projetos de criação conjunta, assumindo como principal missão a promoção de dramaturgias contemporâneas para produções”, refere a autarquia da Guarda em comunicado enviado hoje à agência Lusa.
Segundo a nota, até dezembro de 2021, se a situação pandémica permitir, “está planeada uma programação com 12 espetáculos, 10 sessões de leitura, cinco conferências e cinco concertos”.
“A partir do Teatro Municipal da Guarda (TMG), num momento em que Guarda é uma das candidatas a Capital Europeia da Cultura 2027, o CID assume-se como um projeto de dimensão internacional, com o objetivo de colocar a região da Guarda como novo centro artístico em relação permanente com o mundo, bem como alargar o diálogo cultural também a nível nacional e regional, contando com os agentes culturais da região”, lê-se.
Na dimensão internacional, entre as parcerias já estabelecidas com centros internacionais congéneres, estão previstos espetáculos de autores como Chris Thorpe (Inglaterra), Deborah Projeto Artístico e Formativo Pearson (Canadá), Tor Vagn Lid (Noruega), Ofelia Wang (China), Luis Mario Moncada (México), Lautaro Vilo (Argentina), Jacinto Lucas Pires e Jorge Andrade, entre outros.
“Estes autores apresentarão ainda conferências sobre o seu trabalho, nas quais também participará John Clinton Eisner (Estados Unidos da América)”, adianta a autarquia.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, citado na nota, considera que o CID, lançado pela autarquia “em mais um passo de afirmação cultural” da cidade e do concelho, “nasce também para afirmar claramente a importância da descentralização nacional, querendo provar que a Cultura pode e deve ser um motor do desenvolvimento regional”.
“Partimos para esta grande aposta com a certeza de que se trata de um projeto claramente vencedor e que, por isso, a seu tempo merecerá o apoio de mais entidades e do Governo de Portugal”, sublinha.
De acordo com o diretor, Marcos Barbosa, o CID “aparece da necessidade de uma ação continuada e persistente, que permita o desenvolvimento da escrita para Teatro em Portugal”.
Segundo o responsável, “apesar das gloriosas exceções, que se contam pelos dedos de uma mão, o Teatro português não tem um historial rico na dramaturgia e os últimos anos, apesar de algumas medidas avulsas, não têm sido propícios ao aparecimento de textos relevantes de Teatro, em língua portuguesa”.
“O CID irá trabalhar de mãos dadas com os agentes da cultura da Guarda e da região, no contexto de uma cidade aberta ao mundo, com uma multiplicidade de ofertas únicas nos mais diversos campos”, garante.
O vereador com o pelouro da Cultura na Câmara da Guarda, Vítor Amaral, também citado no comunicado, adianta que, “além de um diálogo permanente com o contexto institucional educativo local e regional, e com municípios parceiros Guarda 2027, está já prevista uma articulação ibérica com a iniciativa Feira do Teatro de Castela e Leão, em Cidade Rodrigo, província de Salamanca [Espanha], em agosto”.