Morreu, durante a madrugada desta terça-feira, o escultor João Cutileiro, no Hospital Pulido Valente, em Lisboa.O reconhecido artista português tinha 83 anos.
Segundo Ana Paula Amendoeira, diretora regional de cultura do Alentejo, adiantou em declarações à Lusa, o escultor estava internado com graves problemas do foro respiratório.
Ao longo da sua vida, João Cutileiro foi autor de centenas de obras que se encontram espalhadas por todo o país. Considerado um dos mais proeminentes escultores portugueses, uma das suas criações artísticas mais conhecida é o Monumento ao 25 de Abril, que se encontra no Parque Eduardo VII, em Lisboa.
Conhecido por optar maioritariamente por esculpir em mármore, o seu trabalho mais polémico foi uma obra intitulada D. Sebastião, instalada em Lagos, que desafiou o Estado Novo em 1970.
João
Cutileiro viveu e trabalhou em Évora desde 1985. Frequentou os ateliês de António Pedro, Jorge Barradas e António Duarte de 1946 a 1950, tendo feito a sua primeira exposição individual (‘Tentativas Plásticas’) em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.
João Cutileiro foi condecorado com a Ordem de Sant’Iago da Espada, Grau de Oficial, em agosto de 1983, e recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, este último, concedido em 2017.
Em 2018, Cutileiro recebeu a medalha de mérito cultural, atribuída pelo Governo, numa cerimónia no Museu de Évora que serviu igualmente para formalizar a doação do espólio do escultor ao Estado português.
O artista era irmão do diplomata e escritor José Cutileiro, que morreu em maio de 2020.
