Ministra da Coesão Territorial diz que fronteira deve ser “espaço de atração e de afirmação”

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse hoje que o território de fronteira “não é o fim do país” e deve ser “um espaço de atração e de afirmação”.

Segundo Ana Abrunhosa, a estratégia de desenvolvimento transfronteiriço está a ser trabalhada pelos Governos de Portugal e de Espanha, e “é uma das prioridades do Ministério da Coesão Territorial”.

A governante considera que o território de fronteira “não é o fim do país” e “não pode mais ser encarado como tal”.

“Na nossa estratégia de desenvolvimento comum transfronteiriço, este território é o início, é a nossa porta de entrada, como aqui já foi referido. É um território com valores únicos, com condições de qualidade de vida relevantes e que deve ser um espaço de atração e de afirmação”, afirmou Ana Abrunhosa no encerramento das II Jornadas do Interior, realizadas nas Termas de Monfortinho, em Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco.

As jornadas, sobre a temática “Cooperação Territorial Europeia: A raia e as novas fronteiras do desenvolvimento”, foram organizadas pelo Jornal do Fundão e pelo município de Idanha-a-Nova.

No seu discurso, a ministra lembrou que a estratégia comum de desenvolvimento transfronteiriço, que está a ser preparada por ambos os Governos há mais de um ano e que vai ser apresentada na próxima cimeira luso-espanhola, está estruturada em torno de cinco eixos: mobilidade transfronteiriça (onde está incluído o IC31, um itinerário complementar planeado para ligar a autoestrada A23 à fronteira espanhola através das Termas de Monfortinho), desenvolvimento económico e inovação, ambiente, energia e cultura.

Ana Abrunhosa alertou depois que os territórios transfronteiriços costumam ser reduzidos à agricultura, à floresta, ao ambiente e a ecossistemas, que “são todos muito importantes”, quando o seu futuro “também tem que ter o foco na ciência” e “na cocriação de conhecimento e inovação entre as empresas, as indústrias e os centros de conhecimento”.

“Este interior, que não pode ser deixado para trás no processo de convergência de Portugal com a União Europeia, – volto a sublinhar -, tem que ser um interior qualificado, tecnológico, inteligente na agricultura, na floresta, na agroindústria, nos serviços, que aposta naquilo que já faz bem e que investe nos projetos, nos investimentos que vão permitir que o nosso futuro seja melhor”, rematou.

Na sua intervenção, a governante lembrou que a fronteira entre Portugal e Espanha foi, durante muitos anos, “uma barreira” e “uma barreira, infelizmente, muito pouco permeável”, porque “está longe dos centros de decisão”.

Sublinhou ainda que a Europa “tem vindo a contribuir, de forma positiva, para estes territórios” e disse que é preciso “valorizar o caminho extraordinário” que foi feito e “a importância que os fundos europeus tiveram nestes territórios, e a importância, sobretudo dos programas e dos projetos de cooperação”.

Nas II Jornadas do Interior sobre “Cooperação Territorial Europeia: A raia e as novas fronteiras do desenvolvimento” também participaram a comissária europeia Elisa Ferreira e o presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova Armindo Jacinto, entre outros.


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