Ministério da Agricultura quer apoiar projectos em Trás-os-Montes e na Beira Interior

Ministério diz que tentará «apoiar e dinamizar todos os projectos que passem pelo aproveitamento dos produtos endógenos.» O ministério da Agricultura «está disponível» para apoiar dois projectos agrícolas em Trás-os-Montes e na Beira Interior, dirigidos, respectivamente à cultura biológica de oliveiras e de castanheiros. Em declarações à agência Lusa o ministro António Serrano disse que […]

Ministério diz que tentará «apoiar e dinamizar todos os projectos que passem pelo aproveitamento dos produtos endógenos.»
O ministério da Agricultura «está disponível» para apoiar dois projectos agrícolas em Trás-os-Montes e na Beira Interior, dirigidos, respectivamente à cultura biológica de oliveiras e de castanheiros.
Em declarações à agência Lusa o ministro António Serrano disse que tem já na sua posse um relatório técnico sobre o plano integrado de desenvolvimento da olivicultura na Beira Interior, adiantando que vai voltar a reunir-se com os produtores que o apresentaram.
«Tentaremos apoiar e dinamizar todos os projectos que passem pelo aproveitamento de produtos endógenos especialmente em comunidades do interior, tendo em conta a capacidade que têm para fixar população.»
O governante lembrou que o interior do país está «muito exaurido em termos humanos dado que as pessoas vão abandonando as regiões, deslocando-se para o litoral à procura de melhores condições de vida.» «Se os projectos forem viáveis o Governo apoia-os.»
O plano integrado para o olival na Beira Interior prevê a conversão e instalação de 5.000 hectares de olival em 24 concelhos até 2013. A iniciativa partiu da Associação de Agricultores para a Produção Integrada de Frutos de Montanha (AAPIM), sedeada na Guarda. O plano, elaborado pela Espaço Visual, empresa de consultadoria e elaboração de projectos agrícolas, para a AAPIM, prevê a plantação de 2.500 hectares de novas plantações e de outros tantos de olival tradicional, que serão convertidos no modo de produção biológica.
Sobre um plano idêntico para a castanha proposto para Trás-os-Montes, e que está a ser dinamizado com apoio da Universidade da região, António Serra revelou que se reuniu, há dias, com os promotores, a quem deu «incentivo e mandato para apresentarem uma candidatura coerente.»
«Além do azeite e da castanha há outros produtos como a baga de sabugueiro, que é um caso de sucesso de exportação e de sectores como a floricultura que estão a diversificar a nossa agricultura.»
O plantio, até 2030, de 60 hectares de castanheiros previsto na Estratégia Nacional da Floresta, vai quintuplicar o rendimento anual da castanha em Trás-os-Montes, passando de 4,5 para 20 milhões de euros, garante a UTAD-Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O investigador José Gomes Laranjo, um dos autores do projecto, tem vindo a garantir que «a castanha é o petróleo da região, faltando-lhe apenas a criação de “refinarias” a montante, ou seja, o seu aproveitamento, com valor acrescentado, para outras finalidades para além da venda a quilograma.» A região «tem 85% dos soutos de castanheiro existentes em Portugal, que ocupam 30 hectares em todo o país e produzem quase cinco milhões de castanhas por ano», afirma, frisando que, com a plantação de 60.000 hectares a produção transmontana atingirá os 15 milhões.


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