O minimercado “Russa” abriu as portas, no dia 15 de abril, na Póvoa do Mileu, por iniciativa de Oksana, 40 anos, natural da Ucrânia, que está a residir na Guarda há 12 anos.
Uma imigrante ucraniana abriu, na Guarda, um minimercado que vende produtos nacionais e também de países da Europa de Leste, para permitir que os compatriotas adquiram produtos alimentares típicos das terras de origem sem necessidade de deslocações. O minimercado “Russa” abriu as portas, no dia 15 de abril, na Póvoa do Mileu, por iniciativa de Oksana, 40 anos, natural da Ucrânia, que está a residir na Guarda há 12 anos. «É o único da cidade da Guarda e do distrito [que vende produtos de países da Europa de Leste]. Aquele que temos mais perto fica no Porto», disse hoje a empresária à agência Lusa. Oksana, que antes de abrir o minimercado fez limpezas em casas particulares e foi gerente de uma empresa de transportes, explicou que decidiu vender aqueles produtos a par dos nacionais, por existir na região «uma comunidade razoável de pessoas de Leste». Anteriormente, para adquirirem alguns dos produtos consumidos nos países de origem, os imigrantes de Leste «tinham que os mandar vir ou ir comprá-los ao Porto», tendo agora a possibilidade de os obter «mais perto de casa», observou. O estabelecimento vende uma grande variedade de produtos de mercearia dos países do Leste Europeu como cereais, iogurtes naturais, queijos, doces, compotas de diversos frutos silvestres, chás, produtos de conserva fumados, conservas de peixe e de legumes, entre outros. Peixe seco, peixe cru (em calda), temperos e molhos, aperitivos doces e salgados, sumos, chocolates, vinagre, pão negro, são outros dos produtos comercializados. A comerciante ucraniana faz um balanço positivo do funcionamento do minimercado, apontando que tem clientes locais «diários» e vários compatriotas que visitam a loja com regularidade. «As pessoas [imigrantes de países do Leste da Europa] que vivem fora da Guarda passam por aqui uma vez por mês e quem mora na cidade passa uma vez por semana. Posso dizer que já tenho cerca de 30 clientes certos», observou Oksana. «Tenho clientes diários daqui da Guarda e também já aqui vêm de Vilar Formoso, da Covilhã e de Pinhel», acrescentou. A empresária referiu que muitos dos imigrantes que frequentam a loja ficam satisfeitos «pela qualidade dos produtos e por os poderem adquirir» na Guarda, «porque dizem que já tinham saudades» de determinadas iguarias dos países de origem. «Às vezes já faço encomendas com a lista daquilo que as pessoas me pedem, pois compro os produtos a um grande armazém de Madrid», disse. Segundo dados do portal de estatística do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, em 2011 residiam mais de 750 imigrantes de países do Leste Europeu no distrito da Guarda, um número que corresponderá à situação atual, segundo fonte daquela entidade.