Em 2014 houve 153 empresas que fecharam portas, mais 23 que no ano anterior, segundo o barómetro da dinâmica empresarial divulgado recentemente pela consultora Informa D&B.
De acordo com estes dados, em dezembro do ano passado o tecido empresarial do distrito da Guarda era constituído por 5.908 empresas, isto é, 1,4 por cento do total nacional. A Guarda ocupava a 15ª posição no conjunto do país, bem longe de Lisboa com as suas 121.034 empresas, do Porto (74.393), Braga (33.365) ou mesmo do distrito de Castelo Branco onde havia 6.931. Ao todo, em Portugal existiam 434.838 empresas. Nesta radiografia, a Informa D&B revela que só em dezembro do ano passado foram constituídas 25 empresas no distrito da Guarda, menos duas que no mês homólogo de 2013, enquanto uma empresa iniciou o processo de insolvência (tinham sido 6 em dezembro de 2013) e 27 encerraram definitivamente (21 no ano anterior). Entre 2010 e 2014 foram constituídas 1.736 empresas na Guarda, sendo que 2011 foi o ano em que se criaram menos empresas (310) e 2013 aquele em que surgiram mais (363). No mesmo período fecharam 751 sociedades, com destaque para 2012, quando encerraram 168. Nestes cinco anos houve 181 insolvências no distrito, das quais 53 ocorreram em 2012.
Em Castelo Branco, nasceram 28 empresas contra 34 em dezembro de 2013 e três entraram em insolvência (4 no ano anterior). Comparando o último mês dos dois anos, os encerramentos baixaram de 59 para 34 em 2014 neste distrito. De resto, no ano passado, o barómetro da Informa D&B revela que em Castelo Branco foram criadas 430 empresas (menos 76 que em 2013), 54 iniciaram os respetivos processos de insolvência (-33) e 182 fecharam portas (+22). Comparando o rácio de nascimentos com o de encerramentos verifica-se que, em 2014, houve 2,4 nascimentos de empresas por cada encerramento no distrito da Guarda. O mesmo número registado em Castelo Branco, enquanto em Viseu o rácio foi de 2,1. Já a média nacional foi de 2,5 empresas criadas por cada negócio fechado. Numa análise a cinco anos (2010-2014) verifica-se que surgiram 2.260 empresas neste distrito, com destaque para as 507 constituídas em 2013. Pelo contrário, em 2010 registou-se o número mais baixo, com 406. Neste espaço temporal foram extintas 998 sociedades, das quais 233 desapareceram em 2012 (o valor mais alto) e 169 em 2011 (o mais baixo). Entre 2010 e 2014 houve 328 insolvências, sendo que 2013 foi o ano com mais casos (87) e 2010 com menos (45).
Em termos globais, a Informa D&B considera que a dinâmica do tecido empresarial português no ano passado recuperou para valores semelhantes aos que registava antes do PAEF (Programa de Assistência Económica e Financeira), «após um período de convulsão especialmente acentuado em 2011 e 2012». Nesse sentido, no ano passado verificou-se o valor mais baixo de encerramento de empresas e um dos valores mais altos de criação de novas empresas desde 2007. O barómetro revela ainda que o rácio de 2,5 empresas criadas por cada encerramento é também o mais elevado desde 2007. «Fatores como alterações fiscais ou a possibilidade de constituir empresas com o capital de 1 euro por sócio (a partir de abril de 2011) poderão explicar a recuperação do empreendedorismo, a juntar ao acréscimo verificado na iniciativa individual, que se constata pelo crescimento do número de sociedades unipessoais», realça a Informa D&B.