Manteigas: Uma casa de acolhimento mudou a vida de Ana Lopes

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A casa de acolhimento do Instituto de Educação Infantil, em Manteigas, no distrito da Guarda, que acolhe 12 crianças e jovens em risco, foi o lar de Ana Lopes nos últimos anos.

A instituição foi o seu segundo porto de abrigo depois de aos 12 anos ter sido retirada à família biológica. Não havia estrutura familiar capaz de garantir o seu bem-estar. Hoje, Ana Lopes, a estudar no ensino superior, é categórica em afirmar que viver em Manteigas foi o melhor do que lhe aconteceu.

Admite que no início foi um choque, porque estava habituada a viver num meio com mais confusão. Teve também de se habituar a repartir os espaços com mais gente e mais meninas.

Em Manteigas, diz ter encontrado o apoio que precisou até hoje que de outra forma não teria conseguido.

“Alcancei as bases para a minha educação e para tratar do seu futuro”.

Admite que, durante algum tempo, o seu objetivo era sair da casa assim que fizesse 18 anos.

“Quando temos 13 e 14 anos, achamos que podemos fazer tudo. Depois, percebi que as coisas não eram assim tão fáceis e que era preciso lutar um bocadinho para alcançar aquilo que desejamos”.

Diz que nunca lhe faltou nada e considera que sempre teve boas condições, apesar de nem sempre concordar com as regras estabelecidas.

Destaca a preocupação e o acompanhamento que sempre sentiu e realça que nunca faltaram cuidados de saúde, até especializados, recordando as viagens a Coimbra.

Mas defende que uma das coisas que poderia ser mudada era a formação para as pessoas que fazem as tarefas de apoio.

“Era preciso para que o serviço não fosse encarado só como um trabalho e com a ideia de que chegue rápido o final do mês”, assinala.

Ana Lopes estuda Educação Social Gerontológica no Instituto Politécnico da Guarda. O sonho era ter conseguido entrar em Psicologia, mas não conseguiu a média necessária. E apesar de estar a gostar do curso onde entrou, Ana Lopes não afasta a possibilidade de ainda estudar Psicologia.

“Devido à minha história de vida, queria alguma coisa relacionada”, assinala.

Durante a semana, Ana Lopes está na Guarda e reparte os fins de semana entre Manteigas, onde pode estar até aos 25 anos por se encontrar a estudar, e a casa da família de acolhimento. Conheceu as pessoas a quem chama agora de pai e mãe através da casa de acolhimento.

“Foi uma ligação incrível. Agora não estou sozinha!”, sublinha Ana Lopes.


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