Juros em mínimos de 8 anos em véspera de emissão a 10 anos

Os juros da dívida soberana portuguesa estão a recuar em todos os prazos, na véspera de Portugal realizar a primeira emissão de longo prazo, sem a ajuda de um sindicato bancário, desde 2011.

O país pretende financiar-se amanhã entre 500 a 750 milhões de euros em Obrigações do Tesouro com prazo a 10 anos.

Deste modo, os juros a 2 anos seguem a descer para os 1,195%, tal como na maturidade a 5 anos, em que as yields recuam para os 2,462%. Já no prazo a 10 anos, a referência do mercado, os juros da dívida seguem a cair para os 3,734%, ou seja estando no nível mais baixo desde março de 2008, o que significa em mínimos de 8 anos. Estes títulos servem de barómetro de quanto o Estado terá de pagar para se financiar amanhã.

Portugal vai dar amanhã o primeiro passo para a saída limpa da troika. Pela primeira vez desde o pedido de resgate, feito em abril de 2011, o país vai emitir dívida de longo prazo sem o apoio de um sindicato bancário. O teste será decisivo, uma vez que o país vai tentar financiar-se sem essa rede de segurança que o tem protegido nas últimas emissões de longo prazo e dessa forma provar que consegue ter acesso pleno aos mercados e regressar aos leilões regulares de obrigações do Tesouro (OT).

Contas feitas, o objetivo do IGCP passa por emitir entre 500 milhões e 750 milhões de euros em obrigações a 10 anos, que vencem em fevereiro de 2024.

A operação acontece um dia depois de os representantes dos três credores internacionais terem aterrado em Lisboa para dar início à 12ª e última avaliação da troika ao programa de ajustamento português.


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