O diploma publicado no domingo, para alterar as medidas excecionais e temporárias relativas à pandemia da doença covid-19, especifica que esta autorização excecional e temporária abrange os empreendimentos turísticos, cuja classificação inclui estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos turísticos, apartamentos turísticos, conjuntos turísticos (‘resorts’), empreendimentos de turismo de habitação, empreendimentos de turismo no espaço rural e, ainda, parques de campismo e de caravanismo.
Das medidas excecionais aplicáveis aos empreendimentos turísticos, introduzidas pelo decreto-lei que entrou em vigor hoje, dia seguinte ao da sua publicação, contam a possibilidade de disponibilizar a totalidade ou parte das unidades de alojamento que compõem estes empreendimentos para outros usos compatíveis.
E o diploma define esses usos: alojamento prolongado, com ou sem prestação de serviços; escritório e espaços de cowork; reuniões, exposições e outros eventos culturais; ‘showrooms’; ensino e formação e salas de convívio de centros de dia ou outros grupos ou organizações.
“O número de unidades de alojamento a disponibilizar para outros usos é definido pelas entidades exploradoras dos empreendimentos turísticos”, acrescenta, precisando que a afetação de parte ou da totalidade das unidades de alojamento pelas entidades exploradoras “não implica a perda” da qualificação como empreendimento turístico.
A disponibilização de unidades de alojamento depende do preenchimento de várias condições pelas respetivas entidades exploradoras, como a garantia da articulação dos novos usos com a atividade turística, sempre que esta se mantenha, e a comunicação ao Instituto do Turismo de Portugal da identificação das unidades de alojamento e o número de camas correspondentes a afetar a usos distintos da exploração turística.
“A disponibilização de unidades de alojamento para outros usos determina, na parte aplicável, o cumprimento das regras sanitárias fixadas pela Direção-Geral da Saúde, bem como das demais normas aplicáveis à atividade a desenvolver”, lembra o Governo no diploma.
A associação defendeu, na altura, que as unidades poderiam albergar “serviços de escritório, espaços de ‘cowork’, realização de reuniões, exposições e outros eventos culturais, showrooms, ensino e formação” e mesmo “centros de dia ou residências assistidas”.
Citado no mesmo comunicado, o presidente da AHP, Raul Martins, disse que “a situação é complexa”, destacando a luta pela “manutenção das empresas e dos postos de trabalho” e referindo que “a alteração temporária de uso das unidades de alojamento pode ser uma boa alternativa para muitos empreendimentos turísticos, porque hóspedes, que garantam a sustentabilidade do negócio” não se sabe quando voltarão.