Futuro presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) mostra-se preocupado mas pede «criatividade» para enfrentar o futuro.
«Seis farmácias do distrito da Guarda estão em execução de bens e não têm medicamentos». Quem o diz é Paulo Duarte, secretário-geral e vice-presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) há mais de 10 anos, que no dia 4 será o único candidato à presidência da ANF. A declaração surgiu no âmbito de uma visita às farmácias da região. «Os cidadãos da Guarda sabem identificar as situações, pois quando iam à farmácia conseguiam os medicamentos na hora e agora têm de voltar várias vezes», exemplificou. Prometendo lutar pela sobrevivência dos colegas, o responsável apresenta como prioridade «manter o maior número possível de farmácias que sejam viáveis». A Guarda é o décimo distrito com mais farmácias em dificuldades, lista que tem Viseu no segundo posto. «Estão a reduzir pessoas e o impacto pode ser significativo porque é uma das fontes de emprego a nível local», afirmou. O concelho da Guarda tem 10 farmácias mas, na para Paulo Duarte, isso «está alinhado com os valores médios europeus». O atual «excesso» terá a ver com a mudança do discurso político: «Antes dava jeito dizer que faltavam farmácias, mas como agora há dificuldades, afinal o problema é que há a mais», ironizou o candidato. «Temos é de relevar que um cidadão da Guarda, que teoricamente não tem acesso a um conjunto de bens e serviços, pode ter orgulho do serviço farmacêutico», sublinhou. Em relação ao futuro, Paulo Duarte afirmou que quer trabalhar de forma mais próxima com o Ministério da Saúde. «Sentimos que não fazemos parte do Sistema Nacional de Saúde; podíamos ser melhor aproveitados e queremos criar um novo modelo de farmácias para não sermos vistos como sector privado».