Greve põe em risco 160 mil consultas e duas mil cirurgias

Médicos cumprem esta terça-feira o primeiro de dois dias de paralisação em defesa do Serviço Nacional de Saúde. Sindicato conta com adesão “muito significativa”, apesar de “pressões ilegítimas” sobre os profissionais.

Cerca de 160 mil consultas e duas mil cirurgias poderão hoje ser adiadas, se a adesão à greve for a esperada pela Federação Nacional dos Médicos. O ministro insiste que não compreende o protesto, mas não o conseguiu travar.

A mobilização foi feita distrito a distrito, hospital a hospital, e os dirigentes da FNAM estão confiantes de que a adesão vai ser “muito significativa”. Merlinde Madureira, presidente da comissão executiva, assume que espera taxas de abstenção superiores a 80%.

“A atual situação é das mais graves das últimas décadas, porque a ameaça que está a ser feita ao Serviço Nacional de Saúde põe em perigo a democracia”, enfatiza a dirigente, que é médica há 41 anos e fundou o Sindicato dos Médicos do Norte em 1982. Ainda que representem apenas um quinto dos profissionais do SNS, a ausência dos médicos é suficiente para impedir a realização das cirurgias e das consultas dos hospitais e centros de saúde.

A média diária de cirurgias no mês de julho do ano passado foi de 1945, de acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Nos hospitais, realizaram-se 43 599 consultas externas todos os dias e, nos centros de saúde, a média diária de consultas ronda as 115 600.


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