Governo avança com 400 milhões em capital de risco e business angels

O governante afirmou que o objetivo é ainda promover as melhores condições para que nasçam mais projetos e mais empresas.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, anunciou hoje que serão lançados esta semana os avisos para as linhas de financiamento de capital de risco e Business Angels para empresas e investidores, que poderão chegar aos 460 milhões de euros. “Hoje anunciei aqui que os avisos para os fundos de capital de risco e para os fundos de Business Angels [apoiam negócios] serão lançados nesta semana e vão permitir um financiamento de mais de 400 milhões de euros a estas novas empresas portuguesas que tanto estão a fazer para mudar o nosso tecido empresarial”, disse Caldeira Cabral, no Dia da Europa, e no âmbito da quarta edição da Bolsa do Empreendedorismo, promovida pela Comissão Europeia em Portugal.
O ministro da Economia explicou que as linhas de capital de risco atingem os 400 milhões de euros e que as linhas de Business Angels [apoiam negócios] poderão chegar aos 60 milhões de euros. “No total, pode chegar até 460 milhões de euros financiamento”, disse, explicando que este será público, entre comparticipação nacional e comunitário, e privado. Caldeira Cabral detalhou que estas linhas servirão para “financiar as empresas com entrada de capital” e “financiar com novas regras abertas a investidores estrangeiros”, que “salientam mais a importância das empresas que chegaram ao mercado”.
“Queremos convidar todos os investidores internacionais e nacionais para que possam concorrer e possam transformar estes 460 milhões de euros em milhares de novos projetos válidos, de empreendedorismo e que vão lançar Portugal num maior ciclo de crescimento do que o que tivemos nos últimos anos”, afirmou. O governante afirmou que o objetivo é ainda promover as melhores condições para que nasçam mais projetos e mais empresas e que estes se “tornem grandes projetos em Portugal e no mundo”. Questionado sobre quando é que se pode aceder às novas linhas, Caldeira Cabral afirmou que neste momento “estas linhas têm que ser subscritas por investidores”. “Estamos a fazer um apelo a que mais investidores concorreram a estes fundos e o que o Estado vai estar a fazer é a alavancar o esforço e a iniciativa desses investidores. Depois serão eles a procurar as ‘startups’ (início de atividade), os apoios e os projetos.
Queremos não só que se juntem os Business Angels e investidores portugueses, mas também investidores de toda a Europa e Estados Unidos”, disse. Por sua vez, o comissário com a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, aproveitou o Dia da Europa para dizer também que dos mais de 315 mil milhões de euros previstos no Plano Juncker, cerca de 81 mil milhões de euros já estão destinados. “Isso é muito importante, porque grande parte desse dinheiro, cerca de dois terços, tem a ver com inovação e investigação. Em Portugal, neste momento já há toda uma parte em relação às garantias da parte de toda a Pequena e Média Empresa [PME]”, frisou.
Questionado sobre o facto de o parlamento grego ter aprovado no domingo à noite a reforma fiscal e de pensões, proposta pelo Governo de Alexis Tsipras, no âmbito dos compromissos com os credores internacionais do país, e se Portugal poderá ter de seguir o mesmo caminho da Grécia, o comissário disse que não. “Penso que Portugal não está de todo nesse campo, cumpriu um determinado programa de ajustamento e hoje está aqui com um projeto e com um Governo a liderar para o futuro. É isso que temos de continuar a fazer, olhar para o futuro, da inovação e da ciência”, afirmou. A legislação proposta pelo Governo grego compõe-se de reformas das pensões, dos impostos diretos e dos indiretos, que permitirão economizar 5.400 milhões de euros por ano, para conseguir em 2018 um ‘superavit’ primário de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), como prevê o programa do terceiro resgate.


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