O modelo programático da 10.ª edição do Festival Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas foi definido e decidido em fevereiro deste ano, devido à pandemia da covid-19 e, pelo segundo ano consecutivo, vai desenrolar-se num formato híbrido, ‘online’ e presencial.
“Decidimos manter o festival como estava, repetir o modelo do ano anterior [2020] que foi um sucesso, apostando ainda mais e deixando em aberto, o possível, na parte presencial. Vamos ter bastante mais do que o ano passado”, disse à agência Lusa, o diretor artístico da iniciativa, Filipe Faria, um dos responsáveis do projeto Arte das Musas.
Mas, a grande novidade da 10.ª edição do Fora do Lugar é ter uma participação exclusivamente no feminino e na língua portuguesa.
“O principal ângulo do festival este ano é o feminino. Decidi este ano programar, exclusivamente, com mulheres que falam português. É um festival todo no feminino, em português, contribuindo também para aquilo que já tínhamos feito no ano passado, de dar algum suporte, apoio e reforço à atividade artística nacional”, sublinhou.
Todos os concertos são feitos por mulheres (duos e solos), que foram desafiadas pelo diretor do festival a juntarem-se e a trabalhar em conjunto, sendo que muitos dos programas são estreias encomendados pelo Fora do Lugar.
Toda a programação que tem a ver com a presença de artistas internacionais passou para 2022.
Outra novidade apresentada nesta edição é a uma parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, que resulta da gravação de um concerto que foi feito há algum tempo na catedral de Idanha-a-Velha e que resulta no Ciclo 10 — 10 Anos Fora do Lugar — que antecipa a programação principal.
Este ciclo começou na terça-feira e que antecipa em 10 dias a programação principal, inclui 10 mini filmes com musica interpretada pelo Coro da Gulbenkian, também ele todo no feminino.
A partir de 19 de novembro e também a par da programação principal, vai decorrer um outro ciclo de 14 filmes (um por dia até 02 de dezembro).
Trata-se do projeto “Se chovesse um oceano”, que Filipe Faria desenvolve há dois anos com a bailarina, coreógrafa e realizadora brasileira Winnie Dias.
“Juntos, realizámos estes 14 filmes [video-dança], sete filmados na Alemanha, com vários bailarinos japoneses, australianos, brasileiros, espanhóis e sete filmados em Idanha-a-Velha”.
O projeto será estreado no dia 03 de dezembro, no Fora do Lugar, com uma exposição de fotografia da minha autoria e dos 14 vídeos que realizámos sobre música de Noa Noa, Sete Lágrimas e Filipe Faria. Terá, ainda, uma componente performativa ao vivo com a participação de Winnie Dias”, explica o diretor do festival.
Resultado da parceria entre a Arte das Musas e o município de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, e com o apoio do Ministério da Cultura e da Direção-Geral das Artes, o Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas, assume uma proposta inspirada no mundo rural e chega ao tecido artístico e procura promover – a partir de um território rural, interior e raiano- uma visão da cultura ligada, de modo umbilical, à experiência do território, do “lugar”.
Toda a programação está disponível nas plataformas do Festival, através do ‘website’ www.foradolugar.pt, e nas redes sociais Youtube (www.youtube.com/artedasmusas) e Facebook (www.facebook.com/foradolugar).