O exercício começou pelas 10h10, na zona do Outeiro de São Miguel, na Guarda, com a simulação de um assalto a uma caixa multibanco, por quatro pessoas que se puseram em fuga, em dois carros, em direção a Espanha.
Dois dos suspeitos foram detidos na zona de Aldeia da Ponte, no concelho do Sabugal, quando se dirigiam para Espanha, e os outros dois já em território espanhol, a cerca de três quilómetros de distância da localidade de Fuentes de Oñoro.
O simulacro terminou às 12h05 com a interceção, pela Guardia Civil, do veículo onde os últimos dois suspeitos viajavam, com uma mulher no interior que tinha sido feita refém quando lhe retiraram o veículo, numa ação de ‘carjacking’ na aldeia de Parada, no concelho de Almeida.
O exercício foi realizado pelo Comando Territorial da Guarda da GNR e pela Guardia Civil de Salamanca, Espanha, no âmbito das operações ao abrigo do acordo Schengen, que visam treinar a operacionalidade e a coordenação entre as duas forças de segurança, através da simulação de incidentes criminais que evolvem perseguições transfronteiriças.
Segundo a GNR, o simulacro permitiu “verificar a interoperacionalização de meios e familiarizar os intervenientes, de ambas as forças, com o funcionamento das comunicações conjuntas, exercitar as tarefas de comando e controlo e testar a capacidade de resposta operacional”.
No final, Cláudio Saraiva, relações-públicas da GNR da Guarda, disse aos jornalistas que se tratou do terceiro exercício efetuado com a Guardia Civil de Espanha e que desde os dois anteriores, realizados em 2013 e 2015, se registou “uma melhoria contínua”.
“O objetivo foi, efetivamente, verificar se as comunicações entre o Comando de Salamanca e a sala de situação do Comando Territorial da Guarda estão a funcionar corretamente e, como puderam verificar através dos rádios da Guardia Civil e da GNR, estão audíveis e percetíveis”, disse o responsável.
Cláudio Saraiva explicou que para as comunicações serem mais percetíveis foram criados códigos “para que, do ponto de vista das comunicações, a língua não seja uma barreira para a perceção daquilo que se está a tratar”.
Para a GNR da Guarda, o balanço do exercício “é muito positivo”.
O tenente Henrique Miguel, da Guardia Civil de Salamanca, disse aos jornalistas que a cooperação com a GNR “melhorou” com a realização de exercícios conjuntos.
O responsável disse que, neste trabalho conjunto, ambas as forças policiais “podem entender-se e contactar para atuarem de maneira mais rápida”.
No exercício transfronteiriço hoje realizado foram empenhadas algumas dezenas de militares dos Destacamentos Territoriais da GNR da Guarda e de Vilar Formoso, do Destacamento de Trânsito da Guarda, do Destacamento de Intervenção e do Centro de Cooperação Policial e Aduaneira, bem como da Guardia Civil espanhola.