Escola Secundária da Sé (Guarda) e Tribunal do Trabalho na lista dos edifícios com amianto

O número de amostras estudadas cresceu significativamente a partir de 2005, quando se proibiu o uso do amianto em Portugal, com as escolas a representarem cerca de um terço dos edifícios estudados.

O edifício do Tribunal do Trabalho da Guarda, situado no gaveto das ruas Infante D. Henrique e Marquês de Pombal, e diversas escolas do distrito da Guarda contêm «materiais presuntivamente contendo amianto». Isto mesmo é referido na lista nacional dos imóveis públicos com amianto, publicada ontem no portal do Governo. O documento revela que 16 por cento dos 12.944 edifícios públicos terão aquele material tóxico na sua construção. O chamado pavilhão desportivo da Escola Superior de Educação da Guarda, localizado no “Campus” do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), também surge na lista. Fonte do IPG explicou ao jornal Terras da Beira que a cobertura desse pavilhão é de chapa canelada, que contém amianto, mas que há «um risco muito reduzido». O edifício da Delegação Distrital de Viação da Guarda, situado na Avenida da Estação (Guarda) também está sinalizado.
Para além deste espaço, há mais escolas da capital do distrito que são mencionadas na lista do Governo: Escola Secundária da Sé, Escola Básica de São Miguel e Escola Básica e Secundária de São Miguel. Quanto aos restantes 13 concelhos do distrito surgem na lista as escolas Secundária de Gouveia, Básica de Vila Nova de Tazem, Básica e Secundária da Meda, Básica nº2 de Pinhel, Secundária de Pinhel, Secundária de Seia, Básica de Trancoso, Secundária Gonçalo Anes Bandarra (Trancoso) e a Básica e Secundária Padre José Augusto da Fonseca (Aguiar da Beira). O Ministério da Educação e Ciência é o que tem mais edifícios públicos com amianto na sua construção, com 37 por cento dos seus 2.214 imóveis com aquele tipo de material. O segundo da lista é o Ministério da Economia, que tem 32 por cento (%) dos seus 176 edifícios com amianto, seguido dos Negócios Estrangeiros, com 20% dos seus 44 imóveis com este material. O Ministério da Defesa Nacional surge em quarto lugar, com 17% dos seus 1.120 edifícios com amianto, e o da Solidariedade, Emprego e Segurança Social está em quinto da lista (com 16% dos seus 831). O Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia tem 14% dos seus 117 edifícios e dos 389 imóveis da Presidência do Conselho de Ministros, 12 por cento têm amianto na construção. O Ministério da Saúde, com o maior número de edifícios públicos (2.579), tem 11% com amianto, enquanto os 1.899 imóveis que pertencem ao Ministério da Administração Interna têm este material tóxico 10%. Já o Ministério da Agricultura e do Mar tem 8% dos seus 1520 edifícios com amianto e o da Justiça tem também 8% dos seus 1.136 imóveis. Com 6% dos seus 919 imóveis, o Ministério das Finanças surge em último lugar da lista do levantamento feito pelo Governo aos edifícios públicos. A lista publicada, esta sexta-feira, no Portal do Governo resulta de um levantamento feito pelo executivo em todos os edifícios, instalações e equipamentos onde se prestam serviços públicos, com o objectivo de determinar aqueles que contêm amianto na sua construção. Apenas 2% dos locais com fibrocimento, que contém amianto, avaliados em Portugal pelo Instituto Nacional de Saúde (INSA) apresentaram fibras respiráveis de valor superior ao recomendado, segundo um estudo divulgado no boletim da instituição. “Os resultados obtidos permitem confirmar que o fibrocimento, desde que em bom estado de conservação, é um material de muito baixo risco no que concerne à exposição a fibras de amianto”, concluem os investigadores do INSA, no artigo publicado no boletim Observações de Julho-Setembro. O amianto é um elemento natural que foi usado durante anos na construção, até que estudos começaram a revelar que a exposição às suas fibras estava associada a doenças como o cancro do pulmão ou o tumor que afecta a pleura. Na base das conclusões do INSA estiveram análises efectuadas a mais de mil amostras entre 1992 e 2013, período em que foram estudados 73 edifícios.


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