A Endesa vai avançar com a barragem hidroelétrica no Mondego, que representa um investimento de 500 milhões de euros, confirmou o seu presidente ao jornal digital de economia Dinheiro Vivo.
A barragem de Girabolhos está mais perto de ser uma realidade, concretizando um projeto que vai abranger os concelhos de Seia, Gouveia e Mangualde. Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa em Portugal, confirmou ao jornal online que «só falta o contrato de concessão a assinar com o Ministério do Ambiente». A construção estava em revisão depois do fim da garantia de potência, pois o pagamento tinha sido congelado. A garantia deveria compensar a empresa pela aposta em centrais de recurso, que funcionavam quando a produção das eólicas era insuficiente. As aprovações ambientais já foram conseguidas, pelo que devem avançar este ano «as expropriações e talvez a montagem do estaleiro», disse o responsável ao mesmo jornal. O lugar de Girabolhos vai acolher uma barragem de bobagem, que aproveitará a eletricidade produzida pelas eólicas nas horas de vazio – em que a energia é mais barata devido à redução do consumo. Esta energia é usada, nessas alturas, para bombar água ou puxá-la para cima, sendo que quando o consumo sobe produz eletricidade a colocar na rede. O aproveitamento hidroelétrico de Girabolhos está integrado no Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, aprovado pelo anterior Governo. O empreendimento da Endesa representa o maior investimento alguma vez realizado no concelho de Seia e a criação de 6 mil postos de trabalho durante a fase de construção, mil dos quais diretos. O projeto vai desenvolver-se num vale cavado do Mondego e prevê duas centrais hidroelétricas situadas em série.