De acordo com a estimativa rápida das contas nacionais no terceiro trimestre, publicada hoje pelo INE, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um aumento de 1,4% em termos homólogos, uma variação homóloga inferior à de 1,6% registada no segundo trimestre.
Já comparativamente com o segundo trimestre, o PIB registou uma taxa de variação nula (0,0%) em termos reais, quando no segundo trimestre observou um aumento em cadeia, ou seja, face ao primeiro trimestre, de 0,5%.
O INE explica que o contributo positivo da procura interna diminuiu no terceiro trimestre, “refletindo a desaceleração do investimento e, em menor grau, do consumo privado”, e que a procura externa líquida registou um “contributo negativo para a variação homóloga do PIB, porém de magnitude inferior à observada no segundo trimestre”.
Comparando com o trimestre anterior, o INE refere que “o contributo da procura interna foi negativo devido principalmente à redução do investimento, enquanto a procura externa líquida contribuiu positivamente, tendo as importações de bens e serviços diminuído de forma mais intensa que as exportações de bens e serviços”.
O comportamento do PIB no terceiro trimestre ficou aquém do esperado, uma vez que as estimativas de departamentos de estudos económicos recolhidas pela agência Lusa apontavam para um crescimento económico homólogo a rondar os 1,8% e em cadeia perto de 0,4%.
Entre as previsões recolhidas pela Lusa, a menos otimista era a do Grupo de Análise Económica do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), que antecipava um crescimento económico entre 0,2% e 0,3% em cadeia e de 1,6% em termos homólogos, enquanto a mais otimista era a do Núcleo de Estudos sobre a Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica, que estimava que o PIB avançasse 0,5% em cadeia e 1,9% em termos homólogos.
Também os departamentos de estudos económicos do BBVA, do Montepio e do BPI estimavam um crescimento económico em cadeia entre os 0,4% e os 0,5% e uma melhoria homóloga em torno dos 1,8%.
O Governo liderado por Pedro Passos Coelho estima que a economia portuguesa tenha crescido 1,6% no conjunto deste ano, uma previsão em linha com a do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas mais conservadora do que a da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), que estimam que a economia cresça 1,7% este ano.