Mais um ano para o défice e para a aplicação dos quatro mil milhões de redução da despesa.
A troika autorizou o Governo português a ter mais um ano com défices excessivos. Assim, o primeiro défice previsto para ficar abaixo dos 3% já só será atingido em 2015 e não em 2014, como o Governo e a troika tinham inicialmente decidido. Esta será uma das novidades a anunciar hoje de manhã pelo ministro das Finanças, apurou o Expresso junto de fontes ligadas às negociações. Ao ter mais um ano para cumprir o objetivo do défice, o Governo terá também mais um ano para aplicar integralmente o corte de quatro mil milhões na despesa do Estado. O corte mantém-se no programa da troika, mas com uma aplicação progressiva ao longo de 2013, 2014 e 2015, e não apenas neste ano e no próximo, como tinha ficado previsto na sexta avaliação que decorreu em setembro. No ano em curso é provável que os cortes na despesa comecem por incidir em rescisões amigáveis na Função Pública ou numa menor colocação de professores, como o Expresso tem vindo a noticiar. Com esta negociação, é natural que as metas do défice para este ano e para o próximo também sejam revistas em alta, mas não é expectável que Vitor Gaspar anuncie qualquer recuo nas medidas de austeridade, com exceção de algumas medicadas relativas ao IRC ou à utilização dos fundos comunitários.