Maturidades dos empréstimos concedidos a Portugal e à Irlanda só deverão ser analisadas numa reunião do Ecofin marcada para os dias 20 e 21 do próximo mês.
A decisão de dar mais tempo a Portugal e à Irlanda para pagar os empréstimos europeus deverá ser tomada apenas em junho, nas reuniões dos ministros das finanças da zona euro e da União Europeia marcadas para os dias 20 e 21 do próximo mês. Isso mesmo foi avançado hoje por um alto responsável do Eurogrupo, que explica o adiamento com a necessidade de esperar por «períodos de escrutínios parlamentares» em alguns países e pelo facto de ainda não haver uma «proposta formal» para a extensão das maturidades dos empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF): «de qualquer forma espero que todo o processo fique concluído em termos formais em junho». De acordo com a mesma fonte, não há qualquer relação entre este novo calendário e o facto de ainda decorrer em Lisboa a missão da troika para fechar a sétima avaliação da implementação do programa de ajustamento, embora a conclusão da missão seja «uma condição» para fechar a decisão sobre as maturidades. Caso este processo fique concluído nos próximos cinco dias, ou seja, antes das reuniões dos ministros das finanças europeus marcadas para o início da próxima semana, o pagamento da próxima tranche do resgate financeiro a Portugal pode ser desbloqueado já na segunda-feira: «Não estou 100% seguro, mas é nesse sentido que estamos a trabalhar», referiu a mesma fonte ouvida pelo jornal Expresso. Em qualquer dos cenários, no que diz respeito à concessão de mais sete anos para pagamento dos empréstimos europeus, a decisão parece assim passar para junho. A referida fonte desvaloriza esta evolução, salientando que já foi dado o passo mais importante neste processo, que foi o de adotar a decisão política de apoio à pretensão portuguesa e irlandesa: «Será isto mau? Estou bastante descontraído em relação a isso e se eu fosse um cidadão português, estaria igualmente descontraído, pois a decisão política já foi tomada e o que falta é a transformação legal da decisão política. Isso é importante? Eu diria que não», conclui. A decisão de dar mais sete anos aos dois países para pagarem as maturidades dos respetivos programas de resgate abrange apenas os empréstimos dos dois mecanismos europeus envolvidos no processo, o MEEF e do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). O FMI, que contribui com um terço do resgate português e irlandês, não participa nesta operação.