O espetáculo, que conta com mais de 150 participantes, entre atores, cantores, instrumentistas, produtores e técnicos nacionais, de Espanha, de França e da Argentina, está agendado para as 22h00 de sábado, para o Parque Urbano do Rio Diz.
O trabalho começou há cerca de dois meses e inclui “uma dramaturgia que assenta fundamentalmente em duas figuras proeminentes da Literatura Portuguesa”, concretamente Eduardo Lourenço e Vergílio Ferreira, como referiu aos jornalistas o diretor artístico, José Rui Martins, no ensaio aberto à imprensa que decorreu na quinta-feira à tarde.
Segundo o responsável, o espetáculo possui um alinhamento “onde prevalece o fantástico” e, para além dos textos dos referidos autores, inclui referências locais que integram a coleção dos cadernos do Fio da Memória, publicada pela autarquia, como o pastor José Santos, de Videmonte, que escrevia as suas memórias nas pedras.
A produção também celebra a expedição científica à Serra da Estrela, realizada há 140 anos.
“O espetáculo deambula, no fundo, entre estas narrativas de Eduardo Lourenço, de Vergílio Ferreira, de Mia Couto – que também tem um momento da escrita dele na dramaturgia – e, depois, as letras e outros textos que criei para a dramaturgia, para coser todas estas histórias”, contou o diretor artístico.
O vice-presidente da autarquia da Guarda e responsável pelo pelouro da Cultura, Vítor Amaral, disse aos jornalistas que o “Guarda-Joias” é organizado pela autarquia no âmbito da candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura em 2027.
“É, sobretudo, um projeto que está na senda da estratégia da candidatura, sobretudo no que diz respeito à criação artística, à capacidade de conceber objetos artísticos de grande envolvimento comunitário e de participação internacional”, afirmou.
A produção “valoriza, por um lado, o acervo patrimonial da região” e é “uma narrativa que também tira partido” das tradições locais, como o Julgamento e Morte do Galo.
“É um espéculo que celebra a esperança, celebra o futuro, celebra a vontade granítica de afirmarmos a partir da Guarda estas dinâmicas de criação artística de base comunitária”, declarou Vítor Amaral.
A produção internacional conta com a participação de associações e de parceiros culturais dos 17 municípios da região que estão envolvidos no processo da candidatura Guarda 2027.
Na coprodução internacional “Guarda-Joias”, que cruza várias expressões artísticas como teatro, novo circo e artes visuais, participam as companhias Aerial Strada (Argentina/Espanha) e Des Quidams (França), cantores e atores da “Ópera Encantada”, músicos da Orquestra Académica Filarmónica Portuguesa e da “Opus Pausa”, atores, dançarinos e percussionistas da comunidade e de associações dos vários concelhos que integram a candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura.
Os bilhetes poderão ser adquiridos no Museu da Guarda e no Welcome Center por um valor de 3€. A receita de bilheteira reverterá totalmente a favor das corporações de bombeiros do concelho da Guarda, Famalicão da Serra e Gonçalo.
A organização garante que durante o espetáculo serão cumpridas todas as normas em vigor da Direção-Geral da Saúde relativas à pandemia de covid-19.