“A partir de hoje vamos ter uma linha prioritária para a forças e serviços de segurança e também para bombeiros e aos poucos estamos a consolidar e estruturar este sistema porque têm de ter um trabalho diferenciado nesta questão dos testes e por cada elemento suspeito há uma série de elementos que acabam por ficar também em isolamento e impossibilitados de cumprir a sua ação”, disse Patrícia Gaspar.
A secretária de Estado falava aos jornalistas no final de uma visita à estrutura de apoio local de Aveiras de Cima, no concelho da Azambuja, uma das 470 unidades criadas em todo o país com o apoio da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) no âmbito da pandemia de covid-19.
Patrícia Gaspar considerou que é necessário “despistar o mais depressa possível” os elementos das forças e serviços de segurança e os bombeiros, uma vez que têm “um papel fundamental na manutenção da ordem e na garantia de que tudo corra da melhor forma possível”.
“Temos de garantir que estes testes são feitos com a máxima rapidez”, vincou, frisando que foi operacionalizada na quarta-feira uma colaboração com a área da saúde e Cruz Vermelha, além da articulação com as Forças Armadas.
A governante adiantou que estão a ser operacionalizadas outras linhas prioritárias em diferentes pontos do país, uma vez que se trata de “uma ocorrência” com dimensão nacional.
“Um centro de testes rápidos não chega, uma linha prioritária não chega e, portanto, estamos a sustentar todo este sistema gradualmente em todo o país, obviamente com especial enfoque nas áreas mais afetadas”, sustentou.
Na quarta-feira, as estruturas que representam os elementos das forças de segurança consideraram irresponsável e inconcebível que os polícias não façam parte do grupo prioritário nos testes de covid-19, avançando que há serviços na PSP e GNR que podem encerrar.
No final da visita a esta unidade instalada pelo município da Azambuja, a secretário de Estado fez também um ponto da situação sobre a distribuição de equipamentos de proteção individual pelas corporações de bombeiros e polícias.
“Conseguimos fazer uma primeira distribuição junto das forças e serviços de segurança de 10 mil máscaras, há dois dias foi distribuído 30 mil pelos corpos dos bombeiros e ontem [quarta-feira] voltamos a distribuir cerca de 120 mil máscaras pelas forças de segurança”, disse.
Patrícia Gaspar referiu ainda que nos próximos dias vai existir um novo reforço.
Portugal regista hoje 209 mortes associadas à covid-19, mais 22 do que na quarta-feira, e 9.034 infetados (mais 783), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até 17 de abril.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil.