Concelhia do PS da Guarda denuncia partidarização da Unidade Local de Saúde

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A Comissão Política Concelhia do PS da Guarda denunciou a alegada partidarização da Unidade Local de Saúde (ULS) e informou que irá pedir esclarecimentos à tutela sobre várias situações que têm “deteriorado a imagem” daquele serviço.

“O atual Governo e os partidos que dão suporte a esta maioria tratam a ULS da Guarda como uma extensão dos próprios partidos”, disse em conferência de imprensa, o líder concelhio do PS local, João Pedro Borges.

O político deu o exemplo da nomeação de três Conselhos de Administração (CA) em quatro anos, dizendo que “significa que este Governo errou, pelo menos, na nomeação de dois deles” e ainda não deu qualquer justificação para a sua substituição.

“E, mais grave do que isto, é que ao longo destes quatro anos, temos assistido a um conjunto de notícias e de informações que têm deteriorado o serviço que é prestado na ULS e a imagem que as pessoas têm sobre a ULS”, declarou.

João Pedro Borges, que estava acompanhado pelos vereadores na Câmara Municipal da Guarda Joaquim Carreira e Graça Cabral deu o exemplo de situações que envolvem a antiga presidente da ULS Ana Manso, que está a ser julgada, e um caso que opõe, também em tribunal, um cirurgião e os colegas.

Disse ainda que o recente envio de uma mensagem de correio eletrónico, por um funcionário da instituição, a promover uma iniciativa do PSD, demonstra “falta de liderança” do atual CA e “o tal trabalhar a ULS como sendo uma extensão dos próprios partidos”.

João Pedro Borges disse que a concelhia socialista irá enviar um documento para a tutela, a alertar para a situação vivida na ULS/Guarda, e que também fará chegar o assunto ao deputado eleito pelo círculo eleitoral da Guarda e aos deputados com assento na Comissão Parlamentar da Saúde.

Referiu ainda que, a pouco mais de quatro meses de eleições legislativas, “não fará grande sentido” pedir a demissão do atual CA, mas reconheceu que a recente substituição do presidente da ULS “não foi a solução”.

O vereador Joaquim Carreira mostrou-se preocupado pelo facto de na sexta-feira, o serviço de cirurgia poder “estar em risco”, por “dez dos onze cirurgiões” da ULS terem que comparecer em tribunal, devido a um processo de difamação de um deles.

“Se houver um acidente na A25 (autoestrada Vilar Formoso/Aveiro) ou na A23 (Guarda/Torres Novas) como é que vão fazer?”, questiona.

A agência Lusa tentou ouvir a direção da ULS/Guarda sobre as críticas do PS local, mas fonte do CA remeteu para mais tarde uma reação sobre o assunto.

No entanto, a fonte sempre disse que os conflitos no serviço de cirurgia “vêm do tempo” em que o socialista Fernando Girão desempenhava as funções de presidente do CA e que na sexta-feira o serviço de urgência cirúrgica será assegurado “com dois cirurgiões”.


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