Ciclo itinerante leva cinema ao ar livre a oito aldeias da Guarda

Nove filmes portugueses vão ser apresentados em itinerância por oito aldeias do distrito da Guarda durante o verão, no ciclo “Olhares da terra” que acontece ao ar livre em sítios onde habitualmente a oferta cultural é inexistente, explicou a organização.

“O movimento das coisas”, de Manuela Serra, é o primeiro filme a ser exibido esta quinta-feira, no anfiteatro do Centro Cultural de Famalicão da Serra, no concelho da Guarda, onde arranca esta proposta do Cineclube da Guarda e da ARS Luzlinar.

O ciclo decorre até 04 de setembro e, segundo Ana Couto, do Cineclube da Guarda, o objetivo é “recuperar a itinerância do cinema”, levando filmes a “aldeias que de outra forma não teriam acesso à exibição cinematográfica”.

“É importante quebrar este vazio e aproveitar as exibições ao ar livre. Normalmente nestas alturas as aldeias têm mais população”, pelo regresso dos emigrantes em férias, “e é uma oportunidade de, em comunidade, verem cinema e partilharem histórias”, explica à agência Lusa a organizadora.

Em espaços como praças centrais, átrios de antigas escolas, anfiteatros e até numa praia fluvial serão exibidos filmes portugueses que percorrem “diferentes geografias sociais, naturais e humanas” e lançam um olhar para as comunidades rurais, alguns diretamente relacionados com este território, como “O linho é um sonho”, de Catarina Alves Costa, ou “Os cobertores de papa”, de Manuel Lübbers.

“Temos a expectativa de que as pessoas se vejam refletidas nestas realidades e gostem das propostas que apresentamos”, explica Ana Couto, lembrando a importância “do reconhecimento, das pessoas se sentirem tocadas quando vivem as realidades que veem espelhadas no grande ecrã”.

Ao mesmo tempo, a organização de “Olhares da terra” espera suscitar, a partir destas sessões, “a vontade das pessoas conviverem umas com as outras e partilharem em conjunto a fruição da cultura e irem a propostas culturais”.

Ana Couto espera que “as noites sejam agradáveis para mostrar cinema ao ar livre”, mas como se trata de aldeias serranas, mesmo no verão “é aconselhável levar a mantinha ou a écharpe nas costas”.

O ciclo “Olhares da terra” começa quinta-feira em Famalicão da Serra, com “O movimento das coisas”, de Manuela Serra, prosseguindo em Maçaínhas (dia 13), Valhelhas (dia 14), Corujeira (dia 26) e Meios (dia 27).

Em setembro, há projeções em Videmonte (dia 02), Fernão Joanes (dia 03) e Trinta (04). Todas as sessões são às 21h00, com entrada livre.


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