Mais chuva e vento forte a partir de quinta-feira

O mau tempo dos últimos dias abranda a partir de hoje, mas a trégua só dura até amanhã.

A partir de quinta-feira, e até domingo, as condições meteorológicas voltam a agravar-se, com o regresso da chuva intensa, do vento forte e da agitação marítima, segundo as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“A partir de quinta-feira regressam os períodos de chuva intensa, com vento moderado, por vezes forte e agitação marítima”, adiantou ao Diário de Notícias a meteorologista Maria João Frada, do IPMA.

As condições serão favoráveis à ocorrência de trovoadas e os períodos de chuva, por vezes fortes, serão de neve a partir dos mil metros. Apesar desse agravamento meteorológico a partir de quinta-feira, as temperaturas mínimas terão uma ligeira subida.

O mau tempo deixou, entretanto, a sua marca no território continental, nos últimos dias. Foi a chuva intensa, que provocou o galgamento de uma ribeira em Castro Verde e uma vítima mortal por afogamento num carro arrastado pelas águas; foram os ventos fortes com rajadas que chegaram atingir os cem km/hora nas terras altas; foi um tornado no Algarve, o segundo numa semana, e também o mais intenso, que causou a destruição de várias estruturas entre Faro e Olhão. A ondulação forte, que galgou paredões, e obrigou a cortes na circulação, nomeadamente na marginal, entre Lisboa e Cascais, também fez o seu rasto.

Em Castro Verde, a estrada onde no domingo dois automóveis foram arrastados pela corrente de uma ribeira continuava esta segunda-feira interdita à circulação, uma vez que a água da ribeira ainda atravessava o paredão. “Só com a descida do nível da água é que podemos fazer a reabertura da estrada”, informou David Marques, vice-presidente da Câmara de Castro Verde, mas não havia ainda uma previsão para essa reabertura.

No Algarve, um tornado varreu no domingo à tarde a cidade de Faro e outras localidades do sotavento algarvio, até Olhão, causando a destruição à sua passagem. Uma comunidade cigana de 100 pessoas, residente nas zonas do Escuro e do Cerro do Bruxo, junto a uma das entradas de Faro, ficou desalojada. A câmara já providenciou um alojamento provisório, no pavilhão municipal da Penha, mas o presidente do município, Rogério Bacalhau, diz não ter habitação permanente disponível para estas pessoas.

Naquela mesma região, pelo menos 15 explorações agrícolas sofreram danos em consequência do tornado, mas o número de unidades atingidas deverá ser mais elevado. O levantamento definitivo dos prejuízos ainda está a ser feito por equipas Direção Regional de Agricultura do Algarve.

Devido ao mau tempo, existe agora uma outra ameaça: “o perigo iminente de derrocada de arribas, que se encontram bastante instáveis”, especialmente na costa algarvia, alertou a Autoridade Marítima Nacional.


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