O novo Centro de Dados (Data Center) da Portugal Telecom, que foi hoje inaugurado, na Covilhã, é 100% sustentável em energias renováveis e “altamente seguro”, garantiu o presidente executivo da empresa, Zeinal Bava.
Durante uma apresentação técnica feita na cerimónia de inauguração, Zeinal Bava explicou que o preço da nova estrutura (que implicou um investimento de 90 milhões de euros) “encareceu” devido à aposta na certificação Leed, atribuída a construções sustentáveis. O novo centro de dados, propriamente dito (um cubo com 33 metros de altura), obteve a certificação Leed Gold, enquanto a estrutura de apoio e supervisão alcançou a certificação Leed Platinium. “Este é um dos aspetos diferenciadores e de qualidade que temos para apresentar aos clientes”, referiu Zeinal Bava. Para tal, a PT apostou na construção de uma subestação de energia e na captação de energia solar, através da colocação de 1.600 painéis fotovoltaicos no local. No local foram ainda plantadas 600 árvores autóctones e o edifício do centro de apoio terá a cobertura ajardinada. O sistema de refrigeração também é considerado “ambientalmente responsável” e baseia-se na entrada direta do ar, já que o edifício é todo revestido por placas de alumínio intercaladas que permitem esse efeito. O espaço é ainda rodeado de um espelho de água com 3.000 metros quadrados que, além da componente estética, impede o acesso direto ao edifício e contribui para obter a humidade necessária à refrigeração, com o aproveitamento das águas da chuva. “Esta unidade foi pensada de forma sustentável e para fazer com que o consumo energético seja muito mais baixo, o que contribuirá para oferecer aos clientes uma redução de custos”, especificou Zeinal Bava. No total a empresa prevê uma poupança de 144 mil toneladas de emissões de CO2 e de 40% no consumo de energia. A segurança foi outra das tónicas da apresentação, com o presidente da PT, que voltou a comparar o Data Center a um “caixa forte, “pensada como nada antes foi pensado”, disse. Além das precauções a nível informático, a PT tomou também medidas para inviabilizar o acesso indesejado à estrutura física, onde só se entra com autorização humana da equipa de segurança, cartão de acesso, verificação do padrão de veias da mão e após cálculo de peso que é feito à entrada e à saída para comprovar que nada é retirado. Os pilares de construção também estão recuados sete metros e meio para prevenir danos à estrutura. A obra inclui dois espaços: o centro de apoio e supervisão e o centro de dados, instalado num edifício em forma de cubo perfeito com 33 metros de altura que acolhe apenas três pisos (cada um com uma altura equivalente a 11 andares) e tem capacidade para 12.500 servidores. O projeto global, que permite que o Data Center da Covilhã seja considerado “um dos maiores do mundo”, prevê a construção de mais três cubos e uma capacidade instalada de 50.000 servidores com 30 Pbytes, o correspondente a 75 milhões de filmes em alta definição, mais 14 mil milhões de fotografias e três mil milhões de músicas. As estimativas da PT apontam para que nessa altura estejam ocupados 75.500 metros quadrados (o equivalente a onze campos de futebol ou 340 campos de ténis) e sejam criados 1400 postos de trabalho: 400 diretos e mil indiretos. Por enquanto, o Data Center contará com 100 trabalhadores e Zeinal Bava não adianta datas para uma nova fase de construção, que faz depender da procura de mercado.