A gerência do espaço comercial justificou o fecho por falta de “condições” para continuar o projeto familiar que nasceu há 6 anos «assente na ideia de valorizar o Centro Histórico do Sabugal».
A Casa do Castelo, na cidade do Sabugal, fechou as portas no dia 2 de setembro. A gerência do espaço comercial justificou o fecho por falta de “condições” para continuar o projeto familiar que nasceu há 6 anos “assente na ideia de valorizar o Centro Histórico do Sabugal, divulgar as potencialidades do concelho, a sua História e os produtos locais”. “A Casa do Castelo, o único espaço comercial que existe dentro das muralhas da antiga cidadela, vê-se forçada a fechar a porta. Não há condições para continuarmos. Temos de refletir e fazer o balanço da luta desproporcionada a que estivemos sujeitos”, referem os gerentes do espaço, Natália e Romeu Bispo, num comunicado publicado no Facebook. No mesmo comunicado, lembram que o projeto, “tendo inevitavelmente um fim comercial, para garantir a viabilidade económica” evoluiu “na ideia de cimentar amizades e de contribuir para um Sabugal acolhedor”. “Para além da loja, com os produtos para venda dos nossos produtores e dos nossos artesãos e do pequeno restaurante, a Casa do Castelo tem em exposição uma Ara Romana, um Armário Sagrado da Lei de origem judaica e outros achados de valor arqueológico. À atividade comercial juntámos a ação cultural e a preservação dos testemunhos históricos”. “A recuperação da Casa do Castelo foi afinal o arranque da requalificação do Largo de Santa Maria, onde entretanto já foram reconstruídas meia dúzia de casas que conferem uma imagem mais genuína ao centro histórico. Foi ainda esta Casa que deu vida ao Largo do Castelo passando a acontecer iniciativas como a Feira de velharias, artesanato e produtos regionais, apoio a concentrações de motos, de carros e outras iniciativas que foram acontecendo ao longo do tempo! Importante para nós sentirmos que também entre os moradores fomos úteis no apoio social, de convivência e até interação inter-geracional foi conseguido!”, lembram. A gerência refere que “desde a primeira hora” se empenhou “em construir parcerias, recebendo com estima os que vieram até nós e encaminhando-os para outros lugares do concelho. Recomendámos restaurantes, lojas comerciais, unidades hoteleiras e indicámos locais para visitar. Recebemos pessoas oriundas de todo o país e do estrangeiro e formámos o grupo de Amigos da Casa do Castelo e do Sabugal, que nunca parou de crescer. Divulgámos o concelho pela boca dos que nos visitaram e aqui testemunharam o nosso bem-receber. Participámos em diversos eventos, muitos deles longe do Sabugal, sempre na ideia de divulgar e valorizar o que de bom se faz na nossa terra”. No entanto, assinalam que, à sua “vontade férrea em dar seguimento ao projeto, faltou porém juntar o merecido apoio para que o mesmo fosse mais frutuoso para o concelho”. “Não foi dinheiro que reclamámos, mas sim o direito de integrarmos a informação disponibilizada, as campanhas de divulgação do concelho, assim como desenvolvimento de parcerias para a dinamização do Centro Histórico, que foi prometida em reunião de Câmara a 2 de fevereiro de 2011”, contam. “Tentámos remar contra a maré, sonhando em transformar o Centro Histórico do Sabugal no ponto nevrálgico da cidade, no que toca ao turismo. Estamos cientes de que demos para isso um modesto contributo, mas também concluímos que a Câmara prefere apostar noutras paragens, deixando mais uma vez o Centro Histórico da cidade, o Castelo, as muralhas e a memória de El Rei D. Dinis no imenso vale do esquecimento”, escreve a gerência da Casa do Castelo.