Carminho atua em Castelo Branco

O cineteatro Avenida, em Castelo Branco, recebe no próximo dia 13 de setembro, a partir das 21h30, o concerto da fadista Carminho. Em 2009, Carminho cantava o “Fado” que era o seu fado desde muito nova. Desde que ouvia os discos que os pais tinham, que acompanhava as tertúlias fadistas que se faziam lá em […]

O cineteatro Avenida, em Castelo Branco, recebe no próximo dia 13 de setembro, a partir das 21h30, o concerto da fadista Carminho.
Em 2009, Carminho cantava o “Fado” que era o seu fado desde muito nova. Desde que ouvia os discos que os pais tinham, que acompanhava as tertúlias fadistas que se faziam lá em casa, desde que começou a cantar, ainda adolescente, na Taverna do Embuçado. Esse “Fado” era o título de um primeiro álbum que esteve entre os mais aguardados discos da nova geração de fadistas: porque quem já ouvira Carminho sabia o talento que ali estava, mas porque ela se fez esperar – até acabar o curso, até viajar pelo mundo, até saber quem era. E o seu “Fado” tornou-se num dos mais aclamados álbuns de 2009. Disco de Platina – resultado invejável para um disco de estreia – “Fado” abriu os corações de Portugal à voz de Carminho, e as portas do mundo ao seu talento: melhor álbum de 2011 para a revista britânica “Songlines”, actuações nas principais capitais europeias, no Womex 2011 em Copenhaga e na sede parisiense da UNESCO no âmbito da candidatura do Fado a património mundial, o convite para participar no disco de Pablo Alborán que se tornou num fenómeno de popularidade em Espanha e Portugal. Era já tempo do “Fado” ter sucessor à altura. E ele aí está. A 5 de Março, Carminho revela-nos a sua “Alma” em 15 novas gravações, de novo com produção e direção musical de Diogo Clemente, de novo sabiamente combinando versões e originais. (Na edição especial, o álbum surge expandido para 17 temas e acompanhado por um DVD com o registo do concerto “Carminho no Lux”, que teve lugar em Maio de 2011 no Lux Frágil, com encenação do cineasta João Botelho, igualmente responsável pela filmagem.) As versões são pouco evidentes; vão buscar material menos recordado mas igualmente notável aos reportórios de Amália (“Cabeça de Vento”), Dina do Carmo (“À Beira do Cais”) ou Fernanda Maria (“As Pedras da Minha Rua”), mas também a Chico Buarque (“Meu Namorado”, de “O Grande Circo Místico”) ou Vinicius de Moraes (“Saudades do Brasil em Portugal”). Os originais contam com a mão de Diogo Clemente (“Bom Dia, Amor”, sobre Fernando Pessoa), Mário Pacheco (“Talvez”, com letra de Vasco Graça Moura), e Vitorino (“Fado Adeus”). E surgem ainda novas letras para fados tradicionais – uma delas, “Folha”, da própria Carminho, outra, “Impressão Digital”, um poema de António Gedeão. E é nessa dosagem de passado e presente que se descobre o futuro do fado, na voz incomparável de Carminho. Uma voz que, ao segundo álbum, confirma tudo aquilo que Carminho canta em “Talvez”: “não sei talvez quem és, mas sei quem sou”.

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